Aumento de 13% no número de casos de dengue no Paraná

O boletim epidemiológico semanal sobre a dengue publicado nesta terça-feira (14) pela Secretaria da Saúde do Paraná registra 6.068 casos confirmados da doença no Estado. São 725 novos casos, com aumento de 13,57% na comparação com a semana anterior.

 

O número de municípios em situação de epidemia passou de 15 para 22; sete entraram para a relação: Braganey, Douradina, Paraíso do Norte, Paranavaí, Tamboara, Sertaneja e Guaíra.

 

Também estão em alerta para epidemia outros 22 municípios; quatro são novos na lista: Alto Paraná, Paranapoema, Planaltina do Paraná e Terra Rica.

A Secretaria de Estado da Saúde está coordenando o Comitê Intersetorial de Controle da Dengue no Paraná e apresentou resultados de ações desenvolvidas para diminuir os casos em cidades em epidemia.

Confira o boletim epidemiológico completo clicando aqui.

 

Dengue pode matar

O médico Enéas Cordeiro de Souza Filho, da Divisão de Doenças Transmitidas por Vetores da Sesa, explica que vários fatores podem levar ao agravamento da dengue. Entre eles, a ação do vírus atingindo o sistema nervoso central, com diminuição da função do coração, infiltrando água nos pulmões, com insuficiência respiratória grave e hemorragias.

 

“Existe também o mecanismo de ação chamado de imunológico, que pode acontecer entre o quarto, quinto dia de contaminação, onde o próprio corpo tenta fazer a reação de defesa e age de forma exacerbada, provocando perda de líquido em cavidades abdominais e diminuição de pressão arterial, podendo levar a pessoa a choque e óbito, caso não seja feita uma intervenção médica adequada”, explica.

 

Outros fatores de risco, segundo o médico, são as comorbidades, ou seja, as doenças já instaladas, como hipertensão, diabetes, bronquite crônica, e doenças cardíacas e vasculares, que podem ser descompensadas pela dengue. “Por isso temos mais idosos que chegam ao óbito em razão da dengue. As comorbidades geralmente estão associadas às pessoas com mais de 60 anos. O idoso já tem uma doença de base instalada e a dengue piora estes quadros”.

 

Enéas Cordeiro ressalta que a dengue precisa de diagnóstico e acompanhamento médico. “Diante dos principais sintomas, que são febre súbita e alta, dor de cabeça, dor atrás dos olhos e nas articulações, a pessoa precisa procurar a rede de assistência. Não deve se automedicar. Os antinflamatórios comuns podem agravar o quadro, chegando à hemorragia. A dengue não deve ser banalizada. É uma doença que necessita de cuidados”.