Aumento da obesidade entre os homens é motivo de alerta

Depois de longos meses de pandemia, home office e alterações na rotina de todos, refletir sobre hábitos que podem interferir na saúde é essencial. O aumento da obesidade, principalmente entre os homens, é foco da campanha Agosto Azul. A campanha foi instituída no Paraná pela Lei nº 17.099/2012. Neste ano, o tema da campanha da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) é “Homem, torne a sua vida melhor! Cuide da sua Saúde”.

 

“É preocupante para a saúde pública o fato de que o homem, geralmente, busca pelo serviço já na atenção especializada, com o problema instalado e muitas vezes evoluindo de maneira insatisfatória, causando consequências como agravo da morbidade, maior sofrimento, menor possibilidade de resolução do problema de saúde e maior ônus para o SUS”, diz o secretário de Estado da Saúde, Beto Preto.

Para a diretora de Atenção e Vigilância em Saúde da Sesa, Maria Goretti David Lopes, os profissionais de saúde devem estimular a população masculina a adotar a prevenção e a promoção em saúde. “Muitos problemas podem ser evitados com a procura pelos serviços, nas unidades básicas, com mais regularidade, pela porta de entrada preferencial do SUS, ou seja, na Atenção Primária à Saúde. Por isso, estamos alertando os profissionais que atuam neste acolhimento para que redobrem a atenção e as orientações ao público masculino”, ressalta Maria Goretti.

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Uma das preocupações dos profissionais de saúde é o aumento da obesidade entre os homens. Em 2018, mais da metade dos homens brasileiros estavam acima do peso. Em 2020, segundo pesquisa da Vigitel, os brasileiros atingiram o maior índice de obesidade dos últimos treze anos.

 

Por trás dos números há uma explicação. A médica Andressa Bornschein, endocrinologista do Pilar Hospital, aponta os fatores que levam à taxa tão alta de obesos no país, entre eles, um crescimento bastante expressivo de peso entre os homens.

 

Segundo ela, há duas causas para o problema: má alimentação e pouco gasto de energia. “Hoje tudo é feito pensando no conforto e isso engloba realizar atividades com o menor esforço possível. O resultado é o que chamamos de economia sem sentido, pois nosso organismo não sabe deixar de estocar os excessos de energia em forma de gordura”, explica a especialista.

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A obesidade é um fator de risco bem estabelecido para as doenças cardiovasculares, alerta a médica. O peso em excesso causa pressão alta, colesterol elevado, diabetes, infarto e derrame. Além disso, completa Dra. Andressa, há as dores crônicas associadas à sobrecarga das articulações das pernas e a baixa autoestima.

 

Homens acima do peso podem confirmar a obesidade numa visita ao médico. Os profissionais analisam o IMC (Índice de Massa Corporal) e a circunferência abdominal. Confirmado o problema, a primeira atitude a tomar é procurar se conhecer, indica a especialista.

 

“Cada um tem um metabolismo diferente, reage de uma maneira específica a determinados exercícios e tem uma resposta diversa à ansiedade”, diz. A partir daí, o paciente deve seguir uma série de orientações, “como procurar acompanhamento nutricional para evitar calorias sem necessidade, mexer-se mais, voltar a ter uma rotina e planejamento alimentar, com horários das refeições, qualidade dos alimentos e quantidades de calorias a serem consumidas de acordo com cada caso e também equilibrar-se emocionalmente. Esses são fatores muito importantes para combater a obesidade e os problemas de saúde que a acompanha se não for tratada adequadamente”, diz a médica.

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