Após a bandeira vermelha em Curitiba – em vigor desde o último sábado (13 de março) -, os municípios da Região Metropolitana estudam se adotam as medidas semelhantes de enfrentamento à pandemia de Covid-19. Duas reuniões foram realizadas pela Associação dos Municípios da Região Metropolitana de Curitiba (Assomec) e, nesta segunda-feira (15), houve a aprovação de uma minuta de decreto que deve servir de base para todos os municípios da Grande Curitiba ampliarem as restrições neste momento de agravamento da pandemia.
Especialistas já defendiam, em momentos anteriores da crise, a adoção de medidas unificadas para toda a Região Metropolitana de Curitiba. Além da questão da circulação de pessoas, o motivo estava na deficiência da estrutura de saúde desses municípios, cujos pacientes buscam o sistema de Curitiba nos casos mais graves, em sua maioria. No entanto, nunca houve uma sintonia completa de toda a região neste sentido, com as mesmas medidas adotadas no mesmo período. A própria Assomec discutiu um regramento único em diferentes encontros, mas nunca saiu do papel.
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Esta minuta de decreto único, divulgado nesta segunda-feira, teve com base o documento com as medidas da bandeira vermelha na capital paranaense. Segundo informações da Assomec, a tendência é a de que os municípios façam os ajustes necessários de acordo com a realidade de cada cidade.
Para o presidente da Assomec, o prefeito de Curitiba, Rafael Greca, quanto mais alinhadas estiverem as ações da Região Metropolitana melhores serão os resultados no combate à pandemia. “Não tem sentido uma cidade restringir atividades e outras deixarem livre. Aí o vírus vai continuar circulando”, disse. “Se tivermos êxito em frear a propagação do vírus, todos colheremos os resultados positivos mais rapidamente e mais rapidamente poderemos voltar à normalidade nas cidades”, afirmou.
Por meio de nota, o governo do Paraná e a Secretaria de Estado da Saúde se manifestaram favoráveis às medidas restritivas adotadas pelos prefeitos da Região Metropolitana, após a divulgação da minuta do decreto comum por parte da Assomec, seguindo a decisão de Curitiba pela bandeira vermelha. “Vale lembrar que o decreto estadual com medidas de contenção também continua em vigência. A Secretaria de Estado da Saúde abriu mais de 4 mil leitos e vem fazendo um grande esforço para ampliar ainda o que for possível. No entanto, a abertura de leitos não é álibi para que as pessoas deixam de manter as medidas e cuidados sanitários. É necessário também que o Ministério da Saúde envie mais vacinas para que a aplicação das doses seja acelerada e os paranaenses imunizados rapidamente”, traz a nota, divulgada na noite desta segunda-feira.
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Litoral do Estado
Os municípios do litoral paranaense logo se mobilizaram, após o anúncio da bandeira vermelha em Curitiba, para tentar conter a ida de turistas para a região. Esse movimento aconteceu em outros momentos da pandemia, quando a capital paranaense colocou medidas restritivas à população. E não foi diferente no primeiro fim de semana de bandeira vermelha, quando pelo menos 11 mil veículos desceram a Serra do Mar, segundo informações da concessionária Ecovia, que administra a BR-277 entre Curitiba e o litoral do Estado.
Entre as medidas anunciadas por todos os sete municípios litorâneos está a instalação de barreiras sanitárias nas entradas das cidades. A medida vale por sete dias, podendo ser prorrogada por mais sete. Na maioria dos municípios será permitida a entrada de pessoas que estiverem a trabalho ou com vínculo empregatício. Já em Morretes, por exemplo, as barreiras sanitárias foram anunciadas, mas também seria permitida a entrada de pessoas que fizeram reservas em hotéis, pousadas e restaurantes por meio de um sistema específico de turismo da prefeitura. Guaraqueçaba, por sua vez, decidiu que esses estabelecimentos devem suspender as atividades.
Além das barreiras sanitárias, os municípios da região litorânea também publicaram novos decretos com medidas restritivas complementares, como proibição do acesso à orla marítima, incluindo os calcadões; suspensão do atendimento presencial em restaurantes, lanchonetes e distribuidoras de bebidas; e interrupção dos serviços e atividades consideradas não essenciais.
* Com informações da prefeitura de Curitiba e da rádio CBN Curitiba
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