Alternativa para o tratamento da enxaqueca

enxaqueca
(Foto: Ilustração/Pixabay)

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) estimam que, anualmente, cerca de 31 milhões de brasileiros sofrem de enxaqueca. As mulheres, por exemplo, apresentam três vezes mais incidência da doença do que os homens. Classificada como um distúrbio de cefaleia primária, a enxaqueca atinge uma em cada sete pessoas, segundo o Ministério da Saúde. “Existe um mecanismo relacionado ao nervo trigêmeo e sua conexão como sistema de controle da dor. Geralmente pessoas com enxaqueca também apresentam baixo nível de serotonina”, explica Alex Baeta, neurologista da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, um dos principais hubs de saúde de excelência do país.

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De acordo com o último levantamento do Global Burden Of Disease Study, pesquisa mundial colaborativa que conta com mais de 1.800 pesquisadores de 127 países, a crise de enxaqueca também é responsável pela redução de 43% da saúde geral das pessoas, impondo sofrimento pessoal substancial, queda na qualidade de vida e incapacidade de realização de atividades comuns de rotina. A enxaqueca é uma doença multifatorial e pode ser desencadeada por diversos motivos, sendo que os principais são jejum prolongado, estresse, insônia, fumo, alterações hormonais e consumo excessivo de açúcar, café e bebidas alcóolicas.

Tratamento da enxaqueca

Para o médico da BP, no tratamento inicial, é indicado o uso de analgésicos comuns, como ibuprofeno, dipirona ou paracetamol. “Quando os analgésicos são ineficazes, podem ser utilizados medicamentos da classe triptanos e betabloqueadores, como ácido valpróico. Antidepressivos também poderão ser indicados no controle do desequilíbrio da serotonina”, afirma o neurologista.

Em 2018, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária aprovou o uso de anticorpos monoclonais para tratamento específico das enxaquecas. A substância atua na diminuição do CGRP – Peptídeo Relacionado ao Gene da Calcitonina – responsável pela liberação de toxinas que colaboram para o surgimento das crises.

Atualmente, existem quatro anticorpos utilizados para o tratamento e que, por meio de injeções subcutâneas mensais, auxiliam na diminuição do CGRP na circulação sanguínea, limitando significativamente o número e intensidade de crises.

Outra alternativa é o uso de quimiodenervação com toxina botulínica, indicada aos pacientes com enxaqueca crônica. “Também é recomendada a miectomia cirúrgica que, combinada com o botox, elimina os espasmos musculares dolorosos na face, têmporas e região dos olhos”, finaliza o neurologista.

A orientação primária, conforme diz o médico Baeta, é ter uma alimentação saudável, acompanhada de atividade física e sono de qualidade, com 8h diárias.

Síndrome pós-Covid

Segundo estudo recente publicado no Headache: The Journal of Head and Face Pain, da American Headache Sociery, a dor de cabeça pós-Covid é persistente, com sintomas que podem durar semanas ou até meses após o teste negativo para o vírus. A pesquisa também indica que as pessoas com enxaqueca possuem maior probabilidade de ver um aumento na frequência e intensidade dos ataques.

O levantamento aponta que cerca de 47% dos pacientes desenvolveram dor de cabeça após serem infectados. Na maioria das vezes, a dor desaparece após dois meses. Porém, algumas pessoas podem continuar a apresentar os efeitos por mais tempo, persistindo por até 6 meses, por exemplo.

Geralmente, os pacientes acometidos pela síndrome pós-Covid relatam dor latejante em um lado da cabeça, sensibilidade à luz, ruídos, toque e cheiro, além de insônia, dificuldade com a fala, problemas de memória, palpitações cardíacas, tontura e confusão mental.

Profissionais de todo mundo ressaltam que a melhor ação preventiva contra os efeitos pós-Covid é a vacinação, que apesar de poder desencadear reações, como um ataque de enxaqueca, previne a intensidade do vírus e seus efeitos a longo prazo.

*Informações Assessoria de Imprensa