Entre 8.690 instituições de saúde de 34 diferentes países, 16 hospitais brasileiros foram premiados com a certificação Diamond, no programa Angels Awards 2024 – prestigiada iniciativa mundial promovida pela empresa farmacêutica alemã Boehringer Ingelheim, para reconhecer centros de excelência no tratamento de Acidente Vascular Cerebral (AVC).
Leia também – Na região sul do Brasil apenas oito cursos de Medicina têm certificado de acreditação
Foram avaliados indicadores como o tempo entre a entrada do paciente no hospital e a aplicação do trombolítico (medicamento que desobstrui o vaso sanguíneo); se a avaliação inicial do paciente é feita por neurologista; se a instituição conta com unidade específica de AVC; porcentagem de pacientes que passam por exames de imagem; se os pacientes recebem os medicamentos corretos como anticoagulantes; e outros aspectos em uma criteriosa avaliação para determinar a qualidade do serviço.
De todos os hospitais participantes, somente 1,5% obteve a certificação mais elevada, a Diamond. Foram 114 instituições premiadas por atingirem os critérios estipulados para serem consideradas de excelência. O objetivo do prêmio é incentivar a pesquisa clínica para qualificar o atendimento de AVC ao redor do mundo.
Participação acadêmica
O Hospital Universitário Evangélico Mackenzie (HUEM), de Curitiba, foi um dos que recebeu a mais alta premiação. Segundo o neurologista chefe do serviço, Dr. Marcos Seefeld, a agilidade no atendimento dos acidentes vasculares cerebrais isquêmicos é fundamental para uma melhor qualidade de vida do paciente após a alta.
“São 270 minutos para conseguirmos executar nosso protocolo de AVC com a aplicação do medicamento trombolítico, que rompe o coágulo. A população precisa estar atenta para dificuldades súbitas no corpo, como paralisação de um lado, visão dupla, dificuldade na fala. Quanto menor o tempo entre o episódio e a intervenção médica, melhor é a recuperação”, destaca.
Para obter a certificação Diamond, o estudo analisou dados de 360 prontuários referentes aos atendimentos de suspeita de AVC no Pronto-Socorro do Hospital Mackenzie nos meses de abril, maio e junho. Os indicadores foram levantados por acadêmicos da Faculdade Evangélica Mackenzie do Paraná (Fempar), sob a supervisão de Seefeld.
Dos 198 hospitais brasileiros cadastrados no estudo, 59 conseguiram a certificação: 16 receberam o selo Diamond e foram considerados de excelência no tratamento de AVC, 21 alcançaram a certificação Platinum (alto desempenho), e outros 22 foram contemplados com a categoria Gold, a certificação de primeiro nível.
Prevenção
Também conhecido como derrame, o AVC é uma das principais causas de morte e incapacidade em todo o mundo. No Brasil, é responsável por cerca de 10% das internações hospitalares públicas. Pode ser classificado como isquêmico, que ocorre devido ao entupimento de artérias cerebrais, ou hemorrágico, que resulta do rompimento de vasos sanguíneos. O AVC isquêmico é mais comum, representando aproximadamente 85% dos casos.
Alguns fatores de risco para o AVC incluem hipertensão, diabetes, tabagismo, consumo frequente de álcool, estresse, colesterol elevado e sedentarismo. A prevenção é fundamental e envolve o controle desses fatores, junto com a prática regular de exercícios físicos e uma dieta balanceada.
Além da intervenção médica imediata, a reabilitação desempenha um papel essencial na recuperação pós-AVC. Equipes multiprofissionais, incluindo neurologistas, enfermeiros e fisioterapeutas ajudam os pacientes a recuperar habilidades físicas e funcionais, além de reintegrá-los socialmente.
*Informações Assessoria de Imprensa
Confira mais notícias de Negócios & Mercado no Saúde Debate