A Unimed Ponta Grossa (PR) encomendou um estudo para avaliar se as máscaras N-95 e PFF2-S, após submetidas à esterilização, sofreram alterações na eficiência de proteção.
Os testes foram realizados pelo Grupo de Pesquisa Química de Produtos Naturais e Biodiversidade (QPNBIO), no Laboratório de Microbiologia da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), do campus Medianeira.
Em iniciativa inédita entre as Unimeds do Paraná, segundo o presidente da cooperativa, Rafael Francisco dos Santos, a ação foi tomada a partir da dificuldade na aquisição dessas máscaras, principalmente agora em período de pandemia.
“É importante compartilhar essa possibilidade com a comunidade porque, em um cenário em que esse tipo de máscara já está escasso, a reesterilização passa a ser uma alternativa para momentos de emergência que venham a surgir. Essa prática já é necessária em países como os Estados Unidos, por exemplo, e é importante que se possa validar esse tipo de procedimento no Brasil com produtos nacionais”, analisa.
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O dirigente afirma ainda que no momento há EPI´s para todos os médicos e colaboradores do Hospital, mas é importante que se tome medidas que antecipem eventual colapso no fornecimento dos EPI´s como aconteceu em países como Itália e Espanha.
Foram submetidos à análise os equipamentos de proteção individual (EPIs) respiratórios utilizados no Hospital Geral Unimed (HGU), que passaram por dois tipos de esterilização: em autoclave e em peróxido de hidrogênio, formas de higienização já praticadas em instrumentais cirúrgicos do hospital.
De acordo com o relatório encaminhado pelos pesquisadores da universidade, os testes foram realizados em ambiente controlado, sem conflito com as Normas Regulamentadoras de Segurança e Saúde no Trabalho (NRs)”.
Durante os ensaios de vedação, as máscaras esterilizadas foram ajustadas ao rosto e foi aplicado um teste de pressão positiva. “Depois de um processo de esterilização química e térmica, foi verificado se as tramas que constituem as máscaras não foram comprometidas”, explica Santos.
Além disso, foram também feitos exercícios, reproduzindo os movimentos comumente feitos pelos profissionais de saúde durante a rotina de trabalho.
Ainda segundo o relatório, após as avaliações, foi possível “afirmar que os processos de esterilização não configuram ataque aos materiais utilizados na confecção das máscaras”. Com relação às amostras de máscaras N-95 e PFF2-S, as esterilizações não comprometeram a capacidade de “impedir a passagem de agentes químicos, e por conseguintes agentes biológicos, mostrando que não houve danos em sua estrutura funcional”.
O diretor-presidente da Unimed Ponta Grossa ressalta que o estudo não garante a eficácia de todas as máscaras em circulação. “As análises foram feitas com amostras dos EPIs utilizados no HGU e processados nos nossos equipamentos, mas podemos inferir que materiais da mesma qualidade podem apresentar resultados semelhantes aos nossos.”