Coronavírus pelo mundo: explosão de casos após um mês dos primeiros registros

Os números de mortes por Covid-19 e casos confirmados de novo coronavírus pelo mundo pautam projeções e decisões tanto nos países que já estão em situação crítica quanto em outros locais que ainda estão algumas semanas “atrás” da onda, como é o caso do Brasil. E as informações mostram que a situação do coronavírus pelo mundo é de explosão de casos após um mês dos primeiros registros. Os primeiros dias realmente não são o pior da epidemia, como já adiantavam especialistas e pesquisadores. A situação fica crítica posteriormente.

Mas esta não está sendo uma regra. Os dados são importantes e precisam ser bem analisados. Até porque cada país com grande número de casos até o momento teve um comportamento diferenciado, dependendo das medidas tomadas para conter a epidemia. Médicos infectologistas defendem o isolamento social como forma de conter a disseminação do novo coronavírus e, assim, achatar chamada curva de transmissão, evitando um pico acentuado verticalmente no número de casos de infecção. 

É preciso lembrar que em todos os países existem subnotificações, em maior ou menor grau, o que pode interferir no panorama sobre o avanço da pandemia. Cada país também vem adotando uma política diferente para a testagem da população.  

Brasil

Até este domingo (29 de março), o Brasil registrou 136 mortes por Covid-19 e 4.256 casos confirmados da doença, segundo boletim do Ministério da Saúde. A primeira morte foi detectada no dia 17 de março. No dia anterior, houve a adoção das primeiras medidas de restrição de circulação de pessoas, em especial nos estados de São Paulo e do Rio de Janeiro, na tentativa de conter o avanço do novo coronavírus. As ações de espalharam para o restante do país, mas vêm sendo questionadas. Alguns segmentos da sociedade pedem o retorno de parte das atividades econômicas não essenciais, cujas suspensões foram determinadas por governos estaduais e municipais. 

Nos primeiros 30 dias de novo coronavírus, o Brasil registrou 77 mortes e 2.915 casos confirmados. Os dados são do Ministério da Saúde, divulgados no dia 26 de março. Houve um salto considerável nos números em apenas três dias. 

Itália

Na Itália, o balanço deste domingo apontou um total de 10.779 mortes e 97.689 casos confirmados. Nos primeiros 30 dias após o primeiro caso confirmado, a Itália somava 1,7 mil casos e 21 mortes. Tanto que, entre o fim de fevereiro e no início de março, havia campanhas na Itália para o rompimento do isolamento social imposto principalmente na região norte do país, onde existia uma maior concentração de casos. 

Na ocasião, quando Milão registrava 14 mortes por Covid-19, o prefeito da cidade, Giuseppe Sala, apoiou a campanha chamada “Milão não para”, na qual pedia a continuidade das atividades na região. Depois disto, os casos na Itália tiveram um aumento drástico e o governo determinou a quarentena no dia 08 de março e que segue ainda vigente. Na semana passada, Sala admitiu que errou e que ninguém tinha entendido ainda o “virulência do vírus”, mesmo depois do que aconteceu na China. O número diário de mortes segue alto e ainda não se consegue perceber quando o pico da epidemia vai passar na Itália.

Espanha

A Espanha é um exemplo do avanço do coronavírus pelo mundo e da explosão de casos após um mês dos primeiros registros. Neste período de 30 dias, foram 45 casos e nenhuma morte. Mas, neste momento, o país vive uma situação dramática, com 6.528 mortos e 78 mil casos confirmados de infecção. Foram 838 mortes apenas neste domingo (29), de acordo com dados do Ministério da Saúde espanhol. O país já é o segundo em número de mortes provocadas pela Covid-19, atrás apenas da Itália.

Para tentar conter o avanço do novo coronavírus, o governo da Espanha divulgou mais medidas de restrição de serviços, permitindo que apenas os considerados essenciais continuem funcionando. O restante da população deve permanecer em casa, pelo menos até o dia 9 de abril. 

 

Estados Unidos

Os Estados Unidos se tornaram o país com o maior número de casos de novo coronavírus em todo o mundo e o presidente Donald Trump pediu, neste domingo (29 de março), para toda a população ficar em casa até o dia 30 de abril. A intenção era encerrar o isolamento durante a Páscoa, mas ele mudou de ideia. Trump ainda afirmou que os Estados Unidos devem passar pelo pico de mortes por Covid-19 daqui a duas semanas. Já são mais de duas mil mortes pela doença e 100 mil casos confirmados. 

Os primeiros casos nos Estados Unidos foram confirmados em janeiro e, naquele momento, houve a adoção de algumas medidas de distanciamento social e isolamento em algumas regiões do país. Em um mês, foram 15 casos e nenhuma morte. 

China

E, entre tantos exemplos do comportamento do coronavírus pelo mundo, não poderia faltar o da China, onde ele foi detectado primeiramente. 

O país registrou os primeiros casos ainda em dezembro do ano passado. No primeiro mês, o número de casos confirmados chegou a 9.802, enquanto o de mortes foi de 213. Até o dia 25 de março, a China contabilizou 3.285 mortes e 81.661 casos confirmados da doença. 

Para evitar a transmissão em massa, em janeiro, o governo decidiu pelo isoamento de Wuhan, considerado o epicentro do novo coronavírus na China. Houve o bloqueio de transporte entre cidades próximas e a determinação de quarentena para toda a província, atingindo 40 milhões de pessoas. A China ainda restringiu as viagens para as demais regiões do país, que deixou de registrar casos de transmissão local do novo coronavírus no dia 26 de março.

Coreia do Sul

Coronavírus pelo mundo: a Coreia do Sul é o caso que está sendo estudado pelos pesquisadores pela baixa quantidade de pacientes e de mortes até o momento. O primeiro caso foi detectado no dia 20 de janeiro. O governo sul-coreano passou a monitorar casos suspeitos e rastrear possíveis focos de transmissão no país, além de estabelecer quarentena para todas as pessoas que chegavam de Wuhan, na China. 

A Coreia do Sul também optou pela testagem em massa da população; envio de mensagens de texto por celular para a população de uma área onde um caso era confirmado; incentivo ao home office; isolamento de pessoas infectadas; limpeza e desinfecção de estações de metrô; suspensão das aulas e o posterior adiamento do retorno em parte dos estabelecimentos, apenas em áreas com casos confirmados de Covid-19. 

Apesar das medidas, no dia 19 de fevereiro, o governo identificou um aumento no número de casos confirmados porque uma pessoa com Covid-19 participou de um evento religioso. Isto levou uma cidade à quarentena, atingindo 2,5 milhões de pessoas. 

A Coreia do Sul completou um mês do primeiro registro no dia 20 de fevereiro com a menor taxa até agora: 104 casos e uma morte. 

*** Com informações dos portais UOL e G1

*** Os infográficos são reproduções dos portais UOL e G1

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