Depois dos 45 anos, nem tudo é problema de menopausa

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(Foto: Freepik)

Fogachos (famosas ondas de calor), irritabilidade, alteração do sono, ganho de peso, secura vaginal, queda de cabelo, perda de libido e predisposição ao esquecimento. Esses são os sintomas mais comuns do climatério, período no qual a produção hormonal de esteroides reduz espontaneamente ou cirurgicamente. Apesar de estarem relacionados à menopausa (nome dado à última menstruação), nem todos são causados exclusivamente por ela e, por isso, podem exigir tratamentos complementares.

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O alerta é da ginecologista e obstetra Dulce Cristina Pereira Henriques, médica cooperada da Unimed Curitiba e especializada no assunto. “Existem impactos psicológicos e emocionais desse período da vida da mulher que precisam ser observados e considerados em qualquer tratamento”, destaca.

Como médica e mulher menopausada há dez anos, Dulce lembra que os sintomas do climatério surgem junto com outros sinais da passagem do tempo; rugas, síndrome do ninho vazio e separações conjugais. “Nessa idade, o corpo começa a apresentar sinais de flacidez, as bochechas murcham, o cabelo afina, os filhos se casam e muitas transformações acontecem que influenciam a autoestima. Além disso, outras situações como uma dificuldade financeira, por exemplo, também podem tirar o sono da mulher madura e isso não é resolvido com tratamento hormonal, completa. Por isso, quase sempre a terapia é indicada para que a mulher possa se aceitar, se amar e se cuidar”, enfatiza a especialista.

A médica explica que alguns dos sintomas do climatério acontecem não pela queda na produção de esteroides pelos ovários, mas pelo aumento da produção do FSH pela hipófise. Esse hormônio estimula o funcionamento dos ovários e é um dos responsáveis pelo sintoma de fogachos. Assim, a dosagem sanguínea de FSH e esteroides podem confirmar a chegada do climatério.

“Mas esse não é um exame para ser feito seguidamente, nem em período inadequado. A dosagem hormonal não é indicada para paciente que esteja usando pílula anticoncepcional, pois o uso de hormônios exógenos pode alterar as dosagens e trazer distorções a respeito do climatério. A mulher que usa esse ou outros métodos contraceptivos precisa ficar, pelo menos, três meses sem o uso contínuo do medicamento antes de realizar a dosagem, para que os resultados sejam reais”, esclarece.

A especialista destaca, ainda, que o tratamento do climatério precisa ser individualizado ao máximo e deve considerar os sintomas da paciente e o seu desejo, além das indicações e contraindicações. “A reposição hormonal não é indicada em algumas situações, como histórico de câncer de mama. Nesses casos, muitas vezes usamos ansiolíticos. Por isso, o tratamento deve levar em consideração não apenas os sintomas momentâneos e sim a busca pela qualidade de vida e bem-estar da paciente”, afirma.

Independentemente do tratamento adotado, a especialista chama a atenção para a adoção de um hábito que considera fundamental, que é a necessidade da atividade física diária, antes e após a menopausa. “Só tem saúde a mulher que pratica atividades físicas regularmente, pois elas liberam serotonina, reduzem colesterol e açúcar no sangue, mantêm o peso, fortalecem a musculatura e aumentam os níveis de energia e disposição. A mulher – e o homem também – deve ter um horário certo do dia para se cuidar, faça chuva, sol, frio ou calor. Atividade física e lazer são as principais recomendações para a mulher passar bem pelo climatério, com qualidade de vida”, finaliza.

A médica Dulce Henriques é a convidada especial do podcast Diálogo Saudável para falar sobre menopausa e climatério. Mais informações também estão disponíveis no e-book Menopausa | Unimed Curitiba.

*Informações Assessoria de Imprensa