12º Seminário UNIDAS destaca a importância do compartilhamento e da inovação para as autogestões

Com o tema “Economia Colaborativa na Saúde”, o 12º Seminário UNIDAS trouxe a colaboração e o compartilhamento como ações fundamentais para o futuro das autogestões. O evento foi realizado nos dias 04 e 05 de agosto, em formato 100% on-line, e contou com o que existe de mais moderno em tecnologia, como atuação em tempo real dos inscritos, que puderam fazer perguntas aos palestrantes, interagir entre si e navegar por trilhas paralelas 

Na abertura, o presidente da UNIDAS (União Nacional das Instituições de Autogestão em Saúde), Anderson Mendes, se solidarizou com todas as vítimas da Covid e reforçou a importância do engajamento das empresas associadas. “Quero homenagear as filiadas, porque são elas que também vestem a camisa da UNIDAS. Sem essa parceria, não existiríamos”, afirmou Anderson. Ele destacou que a associação é cada vez mais um hub que permite o compartilhamento de informações entre as autogestões do país.  

Leia também: “Telemedicina é caminho sem volta”, diz presidente da UNIDAS

Leia também: UNIDAS e Fundação Dom Cabral debatem sobre perspectivas estratégicas para a saúde 5.0

Mendes também ressaltou o papel do distanciamento social em vigor desde o ano passado. “A pandemia trouxe esse legado: mostrar a relevância de estarmos juntos e como isso faz a diferença para todos nós. Estamos num cenário de grandes mudanças no setor de saúde; por isso, é fundamental que as autogestões estejam próximas para atravessar esse período”.  

Durante os dois dias de seminário, foram registrados 1.475 inscritos, entre eles, 25 presidentes e CEOS; 126 gestores e diretores; 225 gerentes; 169 coordenadores e supervisores; 38 assessores; 268 Analistas, 47 auditores; cerca de 50 especialistas e quase 600 técnicos. No total, cerca de 90 autogestões marcaram presença. O evento computou 33 palestrantes; 32 empresas patrocinadoras; uma companhia apoiadora e diversos curadores parceiros. 

Temas variados e atuais sobre o cenário da saúde no Brasil fizeram parte do conteúdo do evento.  

Inovação em Saúde no Brasil 

O primeiro painel apresentado teve como tema a Inovação em Saúde no Brasil – Macro e Micropolíticas: Estágio atual e cenário futuro. Participaram do debate mediado por José Antônio Diniz, presidente da FioSaúde, Carlos Gadelha (Professor e Coordenador do Centro de Estudos Estratégicos da presidência da Fiocruz) e José Cláudio Terra (Senior Director Business Transformation da Pfizer).  

Carlos Gadelha falou sobre os desafios da inclusão da saúde, considerando o cenário da 4ª revolução industrial, a tecnológica. Ele destacou a magnitude estratégica dessa transformação para a saúde; a inovação que muitas vezes exclui; e como o setor é fundamental para a economia do Brasil. Também ressaltou a relevância do ser humano em meio às atuais mudanças. “A saúde continuará empregando; máquina não cuida de pessoas. Não dá para trabalhar nessa área sem pensar em humanização e acesso universal. Por isso, a saúde do futuro passa pelo tripé humanização, inovação e acesso para todos”, declarou.  

Já José Cláudio Terra apontou a importância da complementaridade de competências quando buscamos a inovação em saúde. “Pessoas diferentes têm capacidades distintas que se complementam. No desenvolvimento tecnológico, cada fase envolve um tipo de know-how. Entre desenvolver um conceito ou patente e transformar aquilo em uma solução tecnológica em escala que impacta a população, é uma longa jornada que envolve diferentes habilidades e experiências”, comentou o executivo.  

Leia também: O futuro é agora: inovação na saúde transforma o setor para gestores e pacientes

Compartilhamento entre Autogestões 

Com moderação de Anderson Ferreira – presidente da Cemig Saúde, foram apresentadas três situações do compartilhamento no setor. Juliana Albuquerque, gerente de saúde da Cemig Saúde; Renato Couto, presidente do Grupo IAG Saúde e cofundador da plataforma de Valor em Saúde DRG Brasil; e Werner Dalla, diretor de Provimento em Saúde da Abertta Saúde e diretor de integração da UNIDAS, mostraram cases sobre o tema. 

“A gente acredita que rede de atenção primária à saúde é capaz de gerar maior sustentabilidade e uma experiência mais positiva do nosso beneficiário. Temos a ideia de que cada operadora tem que fazer as coisas do próprio jeito. É fundamental tirarmos essas amarras. E isso só é possível criando um elo de confiança, que se conquista com transparência”, frisou Juliana, que mostrou aos participantes como a Cemig criou uma rede de clínicas focadas em Atenção Primária à Saúde em conjunto com outras operadoras de autogestão. Para isso, a empresa estabeleceu três diferentes modelos de parcerias em que as autogestões participantes compartilham recursos, otimizando o uso das clínicas de atenção primária. “Esse projeto passou por inúmeros desafios, como padronizar, por exemplo, o conceito do que é atenção primária”, complementou a gestora. 

O diretor de integração da UNIDAS, Werner Dalla, apresentou a Unishare – marketplace de serviços para as operadoras filiadas à UNIDAS. Dallas também esmiuçou o conceito de economia compartilhada e como ela se aplica ao segmento. “O compartilhamento é essencial para o presente e o futuro das autogestões. A saúde ainda utiliza pouco esse modelo de economia colaborativa em seus processos. Temos como fomentá-lo e a UniShare é uma iniciativa fundamental nesse aspecto”, comentou. 

Para Renato Couto, presidente do Grupo IAG Saúde e cofundador da plataforma DRG Brasil, entregar valor é entregar resultados com desfechos que mudem de fato as vidas das pessoas, dentro de uma equação de custo-benefício adequado. “Há décadas percebemos que sozinhos éramos insuficientes. Por essa razão, criamos uma plataforma que conecta conhecimento, tecnologias e competências para agregar empresas com a mesma visão, a de oferecer uma medicina espetacular a todos. Optamos por deixar de ser monopolista para ser uma empresa de compartilhamento que entrega saúde e vida. As autogestões não concorrem entre si e possuem as mesmas dores. Não ter serviços compartilhados seria desperdício de recursos”, frisou. 

Já Maurício da Silva Lopes, vice-presidente executivo da Rede D´Or, complementou que o mundo está passando por um processo de consolidação de mercado e que isso também está ocorrendo na saúde. “Ganhar escala é fundamental para o novo momento da economia. O cliente está mais exigente hoje em dia. Ele não aceita mais um nível de serviço que não seja compatível com o que ela experimenta em outros aspectos de sua vida. Estamos todos buscando soluções para os mesmos problemas”. 

Uma das principais palestras foi sobre o papel do resseguro para diluir os riscos das operadoras de saúde. O tema foi apresentado por Paulo Rebello, diretor-presidente e diretor de Normas e Habilitação das Operadoras da Agência Nacional de Saúde (ANS), com o auxílio do debatedor, Cleudes Freitas, vice-presidente da UNIDAS e moderação de Gerlan Rodrigues dos Santos, analista da Coordenação de Informações e Planos da DIREL/GEPLA/COINP Postal Saúde. 

Rebello explicou que o resseguro é uma ferramenta nova, mas essencial para as pequenas operadoras terem solidez. “Esse instrumento vai possibilitar o repasse de risco assumido para um terceiro, diminuindo esse problema para a operadora.” O resseguro é um ótimo caminho para elas se protegerem das oscilações e eventualidades de mercado, como uma pandemia, por exemplo, disse.  

Guilherme Messas, coordenador do Comitê para Regulação do Álcool – CRA, falou sobre o custo do consumo de álcool para a sociedade. Segundo o especialista, há mais de temos mais de 200 doenças relacionadas ao uso do álcool. “Se tirássemos bebida alcoólica da sociedade, cairiam consideravelmente as mortes entre 15 e 49 anos. A maneira como o álcool afeta essa população é o cerne da questão. 

Paulo Vicente Alves, professor da Fundação Dom Cabral e doutor em administração de empresas apresentou os desafios do atual cenário e como os dados são o novo petróleo. “Mas com a diferença de que petróleo vale mais quanto se tem menos. Já os dados, quanto mais tiver, melhor. E hoje, as empresas de saúde são basicamente empresas de dados, finalizou Alves.” 

Você também pode gostar: Inovação em saúde corporativa no cenário COVID

Entrega do Prêmio IDSS 2020 (ano-base 2019) 

As 25 autogestões filiadas que tiveram nota máxima no índice de desempenho da saúde suplementar de 0,80 A 1, IDSS 2020 (ano-base 2019), foram homenageadas durante o evento. A moderação foi de Adir Meirelles Jr., diretor de rede e atendimento na Saúde Petrobras e diretor de Comunicação da UNIDAS).  

Prêmio Saúde UNIDAS 2020 

Foram apresentados cases dos três trabalhos vencedores, com mediação de Maurício Lopes, diretor de Seguridade do Economus e diretor administrativo-financeiro da UNIDAS.  O tema central da premiação foi “Ações e iniciativas da operadora de saúde para o enfrentamento da Covid-19”. 

Em primeiro lugar – Saúde BRB – “Cuidado integral à saúde, protagonismo no enfrentamento da Covid-19”, de Maria Luiza Bezerra, coordenadora de Serviços de Saúde da Clínica Saúde BRB. O segundo lugar – Maida Health – Octopusx, “Uma ferramenta para alerta de Covid-19 em exames de raio-x de tórax”, produzido por Pedro Neto, sócio da Maida Health. E o terceiro lugar – Pasa – foi sobre “Monitoramento em tempo real dos casos suspeitos de Covid-19”, no formato porta de entrada: qualidade assistencial, otimização do sistema de saúde, fortalecimento da lógica da APS e otimização dos custos, apresentado por Ana Lúcia Weinstein, analista de Saúde do Pasa. 

“Compartilhar conhecimento é a nossa missão e ter nossos parceiros conosco nessa jornada é sempre um orgulho e uma satisfação”, finalizou Cleudes Freitas, vice-presidente da UNIDAS. 

Leia também: Reforma Tributária e a sobrecarga do SUS – estamos preparados?

Autogestões: resiliência e persistência para se manter de pé