Transmissão do coronavírus diminuiu em Curitiba, segundo secretaria de saúde

Passado um mês do pico da pandemia, o número de casos ativos do novo coronavírus em Curitiba (PR) caiu pela metade, de acordo com dados divulgados pela Secretaria Municipal da Saúde. Outro indicador que mostra a desaceleração da pandemia é a queda na taxa de transmissão do vírus, que oscilou para 0.76, o menor índice desde maio, quando o contágio começou a acelerar na cidade. 

Nesta terça-feira (25 de agosto ) foram 4.008 casos ativos, 50% menos do verificado em 26 de julho, dia com a maior incidência desde o início da pandemia da covid-19 na capital paranaense, em março. O número de casos ativos é o total de confirmados menos os recuperados e os óbitos. O resultado significa quantas pessoas podem transmitir o vírus caso não fiquem em isolamento. “É um indicador importante para saber se a pandemia está ganhando ou perdendo força”, fala Marion Burger, médica infectologista do Centro de Epidemiologia da SMS de Curitiba.

Leia também – Números do novo coronavírus no Brasil e no Paraná (dados atualizados diariamente)

Taxa de contágio abaixo de 1.0 em Curitiba

Outro índice acompanhado diariamente pela Secretaria Municipal da Saúde é a taxa de transmissão do novo coronavírus. Trata-se do potencial de contágio de uma pessoa contaminada para outra. Essa taxa é atualmente de 0.76, a mais baixa desde o pico desse indicador, verificado na semana entre 13 e 18 de junho, quando ficou em 1.65. Isto significa que cada grupo de 100 pessoas contaminadas transmite o vírus para outras 76 pessoas. Quanto mais baixo o indicador, menos potencial de transmissão, ou ao contrário.

“Se a taxa estiver acima de 1.0 a pandemia está em aceleração. Abaixo disso a tendência é de queda ou estabilidade no contágio”, explica Diego Spinoza dos Santos, funcionário da Secretaria Municipal da Saúde responsável pelo cálculo da replicação do vírus.

Outro exemplo dessa taxa de contágio pode ser aplicado entre os casos ativos. Se as 4.008 pessoas que sabem que têm Covid-19 não cumprirem o isolamento elas poderão contaminar outras 3.950 pessoas (dados de 25 de agosto). Se a taxa fosse 1.0, elas transmitiriam para outras 4.008. Se fosse 2.0, para 8.016 e assim por diante.

Com mestrado em epidemiologia, Spinoza explica que usa o modelo do Imperial College London, referência em acompanhamentos de pandemia, para calcular diariamente a taxa de transmissão em Curitiba.

Pela taxa de contágio, a pandemia em Curitiba começou a acelerar no início de maio e atingiu o ápice em meados de junho. Nesse platô permaneceu até a última semana de julho, quando começou a oscilar para baixo. Em 7 de agosto a taxa caiu para 1.0 e iniciando a desaceleração.

Leia também – Como lidar com a ansiedade: até quando é normal?

Leia também – Como fica o estado psicológico do paciente com testagem positiva para Covid-19

Paraná

Segundo dados da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), os números de casos e de mortes por Covid-19 diminuíram pela segunda semana consecutiva no Paraná, segundo o boletim epidemiológico publicado no dia 23 de agosto. Houve redução de 2,3% nos diagnósticos positivos (11.602 na semana epidemiológica 34 contra 11.870 na semana epidemiológica 33) e 35,9% nas mortes (196 na semana 34 contra 306 na anterior). No segundo caso, é o menor indicador desde a semana 26 (21 a 27 de junho).

Os casos de Covid-19 cresceram no Paraná por 11 semanas consecutivas, de 10 a 16 de maio (semana 20) a 19 a 25 de julho (semana 30). Houve uma pequena queda na semana 31, evolução de casos na semana 32 e novas reduções nas semanas 33 e 34.

Na avaliação da Sesa, mesmo com as quedas na última semana, o cenário ainda é preocupante, principalmente pela manutenção de casos e mortes em níveis elevados em agosto e pelas taxas de ocupação de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Somam-se a esse cenário os baixos índices de isolamento social (entre 30% e 40%) e taxa de reprodução ainda acima de 1.

A Covid-19 alcançou 38.219 paranaenses e vitimou 904 pessoas entre os dias 1º e 23 de agosto, no recorte de data do diagnóstico ou da ocorrência ao morte. Esses números representam 32% do total de 116.687 casos e 30% das 2.940 mortes registradas desde o começo da pandemia no Paraná, em março.

Entre 1º e 23 de julho, na análise com o mesmo período do mês anterior, foram 39.540 casos (3,4% maior do que agosto) e 918 óbitos (1,5% maior que o mesmo recorte desse mês).

Abrangência

Apenas uma cidade paranaense ainda não registrou a presença do coronavírus: Boa Ventura de São Roque. Ela reúne 6.411 habitantes, 0,05% da população do Estado. As mortes já ultrapassaram 67% dos municípios, chegando a 271 no último domingo.

Leia também -O síndico pode cobrar o uso da máscara no condomínio?

Leia também – Universidade asiática anuncia caso de reinfecção pelo coronavírus