Queda no custo médio de atendimento no pronto socorro em 2021, segundo consultoria

Segundo dados do Painel de Indicadores do 1° Semestre de 2021 realizado pela Planisa, empresa especializada em gestão de resultados para organizações de saúde, houve queda de 13% no custo do paciente atendido, em relação ao ano de 2020. A pesquisa foi realizada em 122 hospitais brasileiros (entre privados com fins lucrativos, privados sem fins lucrativos e geridos por Organizações Sociais de Saúde) e os indicadores são provenientes da ferramenta KPIH (Key Performance Indicators for Health).

“A justificativa para esse resultado está relacionada ao crescimento do número de pacientes em 2021, em relação ao número menor de pacientes nas unidades de emergência em 2020, por causa do receio de contaminação pela Covid-19. O custo fixo é um vilão na saúde em momentos de sumiço de pacientes. Menos pacientes significa maior custo unitário, maior número de pacientes resulta em menor custo unitário”, fala o diretor de Serviços da Planisa, Marcelo Carnielo.

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Carnielo explica que a influência do custo fixo continua sendo a principal justificativa nas variações dos custos hospitalares. Por outro lado, a receita operacional, de modo geral, continua variável, baseada em volume de atendimentos. “Essa assincronia trouxe dificuldades para os prestadores de serviços, principalmente no período da pandemia em 2020 e mais intensa nos hospitais privados”, pontua. 

Agora, com o avanço da vacinação e diminuição do número de internações por Covid-19, os custos de operação devem aumentar significativamente, sobretudo com a demanda reprimida. O Conasems (Conselho Nacional das Secretarias Municipais de Saúde) estima que o número de procedimentos médicos não realizados já supera 1 bilhão desde o início da pandemia, em março do ano passado, na rede pública de saúde do SUS.

“Os prováveis impactos da Covid-19 para os próximos anos nos custos hospitalares são preocupantes, pois temos o agravamento de doenças crônicas pelo medo do paciente de ir ao hospital, o represamento de cirurgias eletivas e exames não realizados, o tratamento das sequelas que acometem as pessoas infectadas pelo coronavírus, o diagnóstico tardio de novos casos de outras doenças, incluindo os cânceres, que quando detectados precocemente, aumentam a chance de cura e diminuem drasticamente os custos assistenciais, então, todas essas vertentes juntas, sem dúvida, consumirão mais recursos públicos e privados do que os feitos da Covid-19”, avalia Carnielo.

 

Outros indicadores

 

O Painel de Indicadores do 1° Semestre de 2021, da Planisa, observou aumento de 22% nos custos das diárias de Internação em Unidades não críticas, com mediana de R$ 748 por diária em 2021, ante R$ 613 em 2020, não estando inclusos os valores referentes aos materiais e medicamentos de uso no paciente e honorários médicos. Comportamento semelhante não foi observado nas Unidades de Internação Crítica Adulta (UTI), que teve leve decréscimo de 7% entre os períodos analisados, com valores medianos apurados de R$ 1.669 e R$ 1.785 no período de 2021 e 2020 respectivamente. Neste indicador, os honorários médicos foram considerados.

Já com relação à ocupação destas Unidades, observou-se especialmente nas UTIs, aumento de taxa de ocupação para 83%, ante 67% em 2020, “esclarecendo que estas Unidades não receberam pacientes Covid-19”, pontua o diretor de Serviços da Planisa. Especificamente nas Unidades com paciente em tratamento do coronavírus, tanto em Unidades de internação clínica, quanto em Unidades de Terapia Intensiva adulta, apurou-se redução de custos unitário em 11%, “muito provavelmente influenciado pelo aumento de ocupação no período de 2021”, analisa Carnielo.

As Unidades de Terapia Intensiva Adulta – Covid-19 tiveram no ano de 2020 ocupação média de 61%, enquanto no primeiro semestre de 2021 a ocupação subiu para 75%. “Como é de conhecimento, as unidades hospitalares operam com elevada participação de custos fixos e, portanto, as variações de ocupação hospitalar (número de pacientes dia por leito/dia) influenciam significativamente o custo por paciente, tanto para cima, quanto para baixo”, ressalta Carnielo.

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