O dia 28 de julho é o Dia Mundial de Luta Contra as Hepatites Virais. Estima-se que no mundo existam pelo menos 400 milhões de pessoas infectadas cronicamente pelos vírus das Hepatites B e C. Além disso, todo ano 1,4 milhão de pessoas se infectam pelo vírus da Hepatite A.
Além do dia mundial, que chama atenção para a importância da prevenção, o diagnóstico precoce e orientação à população sobre a doença, no Brasil foi instituída a campanha Julho Amarelo, que reforça estas questões com atividades e ações, incluindo profissionais que atuam diretamente no atendimento à população.
De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), a campanha também ressalta que existe tratamento para as hepatites no Sistema Único de Saúde (SUS). As hepatites são um grupo de doenças que provocam inflamação do fígado: as mais frequentes são as virais.
“Neste momento, em que a Covid-19 é o foco do sistema de saúde em todo o mundo, é muito importante o alerta e reforço da vigilância para as doenças que podem ser prevenidas. Na maioria das vezes as hepatites são silenciosas, ou seja, não apresentam sintomas, por isso a necessidade de estarmos atentos evitando que pessoas se contaminem e que precisem de internamento”, salienta o secretário de Estado da Saúde, Beto Preto.
No Paraná, a notificações para estes três tipos de hepatites apresentaram redução entre 2018 e 2019. A hepatite A registrou 54 casos em 2018 e, em 2019, houve uma redução para 47 casos. A hepatite B teve 1.928 casos em 2018 e, no ano passado, reduziu para 1.910 casos. Em relação à hepatite C, em 2018 foram 1.537 casos e, em 2019, 1.503 confirmações.
Ainda segundo a Sesa, a hepatite A está associada à ingestão de água ou de alimentos contaminados. Existe vacina para este tipo de infecção; está disponível na rede pública e deve ser recebida aos 15 meses de idade.
Para a hepatite B também tem vacina, recomendada em quatro doses também na infância. A principal indicação é para que os bebês recebam a primeira em até 24 horas após o nascimento. A hepatite B é uma doença crônica e, caso não haja diagnóstico, pode evoluir por muitos anos provocando agravos como cirrose, câncer e a falência do fígado.
Já para a hepatite C ainda não há vacina. No entanto, existe tratamento eficaz com a cura total da infecção.
Sintomas
Ainda que silenciosa na maioria dos casos, a hepatite pode apresentar sintomas tais como: mal-estar, fraqueza, dor de cabeça, febre baixa, falta de apetite, cansaço, náuseas e desconforto abdominal na região do fígado, icterícia (olhos e pele amarelados), fezes esbranquiçadas e urina escura.
PREVENÇÃO
A infectologista do Hospital São Vicente, de Curitiba (PR), Vanessa Strelow, explica como se proteger:
HEPATITE A:
É transmitida por ingestão de água ou alimentos contaminados pelas fezes de pessoas infectadas pelo vírus. A maneira mais eficaz de prevenir a hepatite A é a vacinação. “É possível fazer um exame de sangue para saber se a pessoa já teve ou não exposição a esse vírus e, quando não teve, está indicada a vacinação. Outras medidas de prevenção são higiene de mãos, consumo de alimentos adequadamente higienizados e de água tratada”, afirma.
HEPATITE B:
É transmitida por relações sexuais desprotegidas e contato com sangue contaminado, como em situações de compartilhamento de seringas ou até mesmo na manicure, caso não tenha havido a correta limpeza e esterilização dos materiais utilizados. Também pode ser transmitida de mãe para filho, caso a mãe tenha a doença e não sejam feitas as medidas de prevenção adequadas.
A maneira mais eficaz de prevenir a hepatite B é a vacinação. A vacina está disponível nas unidades básicas de saúde para toda a população. “Outras medidas de prevenção são o uso de preservativos, o não compartilhamento de seringas, levar seu próprio alicate e espátula na manicure e se certificar que o seu tatuador não reutiliza tinta e usa agulhas descartáveis. Durante o pré-natal, as mães devem ser testadas e, caso apresentem a infecção, seus bebês receberão uma imunoglobulina ao nascer para evitar a doença”, complementa Vanessa Strelow, do Hospital São Vicente. Além disso, a testagem e diagnóstico precoces possibilitam o tratamento e evitam a progressão para formas avançadas da doença.
HEPATITE C:
É transmitida principalmente por contato com sangue contaminado. Menos comumente, pode ser transmitida através de relações sexuais desprotegidas com pessoas infectadas pelo vírus.
Infelizmente, não há vacina contra a hepatite C. Algumas medidas de prevenção são: não compartilhar seringas ou lâminas, usar preservativos, levar seu próprio alicate e espátula na manicure e se certificar que o seu tatuador não reutiliza tinta e usa agulhas descartáveis. A testagem e diagnóstico precoces possibilitam o tratamento e evitam a progressão para formas avançadas da doença.
Leia também – Covid-19 e a volta às aulas: o que traz um estudo da Fiocruz