Uma pesquisa conduzida por profissionais brasileiros apontou que o uso de hidroxicloroqiuina não melhorou o estado clínico de pacientes internados com Covid-19. Não houve eficácia em uma administração isolada ou com azitromicina.
Os resultados foram publicados no dia 23 de julho no New England Journal of Medicine. O estudo foi realizado por pesquisadores da Rede Brasileira de Pesquisa em Terapia Intensiva (BRICNet), do Brazilian Clinical Research Institute (BCRI) e dos hospitais Albert Einstein, HCor, Sírio-Libanês, Moinhos de Vento, Oswaldo Cruz e Beneficência Portuguesa.
Esta é considerada a maior pesquisa sobre o efeito da hidroxicloroquina feita do Brasil. Foram acompanhadas 665 pessoas internadas com suspeita ou confirmação de Covid-19 por pelo menos duas semanas, desde o início dos sintomas.
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Para chegar à conclusão de que uso de hidroxicloroqiuina não melhorou o estado clínico de pacientes internados com Covid-19, foi realizado um sorteio, no qual 217 pessoas foram escolhidas para receber hidroxicloroquina e azitromicina. Outro grupo com 221 recebeu apenas hidroxicloroquina e o restante teve um atendimento sem os medicamentos.
A pesquisa mostrou que a mortalidade foi de cerca de 3% nos três grupos e o índice de alta também foi parecida entre eles: 69% entre os que receberam hidroxicloroquina e azitromicina; 64% entre os que tomaram apenas hidroxicloroquina; e 68% entre os que tiveram um tratamento considerado padrão.
O estudo ainda aponta que os pacientes que recebram a hidroxicloroquina, junto ou não com a azitromicina, apresentaram eventos mais frequentes de prolongamento do intervalo QTc, o que representa risco para arritmias, e elevação dos níveis de enzimas hepáticas, na comparação com os pacientes que não tomaram nenhum dos medicamentos.
Os pacientes avaliados tinham cerca de 50 anos, e 40% deles eram hipertensos; 21%, diabéticos; e 17%, obesos.
*Com informações do jornal Folha de São Paulo e Olhar Digital