A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) publicou uma resolução suspendendo cirurgias eletivas temporariamente. A medida foi divulgada na noite desta sexta-feira (24 de julho) e está na Resolução nº 926/2020. Conforme o documento, ficam suspensos os procedimentos cirúrgicos eletivos ambulatoriais e hospitalares como forma de evitar o uso de medicamentos anestésicos e relaxantes musculares. A resolução estabelece a suspensão das cirurgias em todas as unidades hospitalares do estado.
Estes mesmos medicamentos são utilizados também nos procedimentos de entubação de pacientes em Unidades de Terapia Intensiva (UTI). A resolução, segundo a Sesa, tem o objetivo de atender a demanda de pacientes que estão internados em função da Covid-19.
O secretário de Estado da Saúde, Beto Preto, disse que o atual momento é excepcional e, portanto, medidas extraordinárias são necessárias. “Devido à ocorrência de muitos casos graves da Covid-19, ao acréscimo do consumo dos medicamentos e à escassez de insumos farmacológicos no mercado, tivemos que suspender temporariamente as cirurgias que não são urgentes”, afirmou.
Os procedimentos cirúrgicos cardiológicos, oncológicos e de nefrologia seguem conforme a necessidade dos pacientes e a realização de exames de urgência estão condicionados ao médico prescritor.
A resolução suspendendo cirurgias eletivas, segundo a secretaria, foi necessária tendo em vista que o estado passa por um contingenciamento de medicamentos para a entubação de pacientes, como os anestésicos e relaxantes musculares. Com a Resolução, a Sesa objetiva ainda otimizar o uso de leitos de Unidade de Terapia Intensiva, muitas vezes necessária para o período pós-operatório dos pacientes.
Nesta semana, em entrevista em um programa da Associação das Emissoras de Radiodifusão do Paraná (AERP), Beto Preto afirmou que o estado tinha estoque desses medicamentos por mais “três ou quatro dias”. O assunto também foi abordado durante uma reunião técnica com o ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, que esteve no Paraná na quinta-feira (23)AMP. O ministro disse que o governo federal ajudaria o Paraná com esse tipo de medicamento.
“Estamos numa grande articulação com o Ministério da Saúde visando o reabastecimento do nosso estoque, que deverá ser contemplado nos próximos dias. O Ministério ainda está fazendo uma grande aquisição internacional, que vai incluir o Paraná. Este foi um dos pleitos que apresentamos na visita do ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello”, disse o secretário.
Sobre uma possível falta de medicamentos, instituições ligadas à saúde já haviam alertado sobre a possibilidade no fim de junho – leia a matéria completa aqui:
Reunião de emergência
Antes da divulgação da resolução, o secretário Beto Preto realizou uma reunião de emergência nesta sexta-feira para tratar do estoque de medicamentos anestésicos e a sua utilização na rede hospitalar durante o final de semana. Segundo informações da Sesa, um comitê de gerenciamento estará de prontidão, em alerta total acerca de um possível desabastecimento dos insumos.
A coordenação de Assistência Farmacêutica da Secretaria da Saúde e a direção do Centro de Medicamentos do Paraná (Cemepar), com a supervisão do gabinete do secretário, vão monitorar a situação.
“Os pacientes não param de chegar em condições cada vez mais graves nos hospitais e esse tipo de fármaco é essencial para que a pessoa não sofra com o momento da colocação do tubo que vai auxiliar no suporte necessário para a respiração”, completou o secretário.
Os medicamentos que estão contingenciados são: atracúrio, rocurônio, noripinefrima, pancurônio, propofol, cetamina/dextrocetamina, cisatracúrio, fentanila e midazolam. De acordo com os estoques do Cemepar, há quantidade suficiente para poucos dias, caso a demanda siga em crescimento.
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