As perspectivas do mercado de equipamentos e insumos médicos foram tratadas durante o painel “Aquisição de insumos para abastecer nossos hospitais: mercado interno ou externo?”, nesta quarta-feira (20), dentro da programação do Seminário Femipa, promovido pela Federação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos do Paraná. O evento acontece até 21 de março, na sede da Associação Médica do Paraná (AMP), em Curitiba.
A palestra contou com a participação do gerente de negócios internacionais do Grupo Condor, Glauco Luiz Sambugaro, e do gerente de Legal & Compliance da Associação Brasileira da Indústria de Tecnologia (ABIMED), Jorge Roberto Khauaja. A moderação foi feita pelo primeiro vice-presidente da Femipa, Héracles Alencar Arrais.
A aquisição externa de equipamentos e insumos médicos foi apontada por Glauco como sendo mais vantajosa, na atualidade, para as organizações que atuam no setor da saúde. Segundo ele, ao importar produtos como sistemas de anestesia, monitores hospitalares, camas, aceleradores lineares, reagentes laboratoriais, entre outros, os compradores conseguem reduções de valores que chegam à ordem de 40%. Entre os grandes produtores estão China, Estados Unidos, Alemanha e Suíça.
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Já em relação à compra de insumos, cujo mercado é considerado bastante volátil, a situação é inversa, com destaque ao que é produzido em São Paulo e Minas Gerais. “A aquisição de insumos – como por exemplo máscaras, seringas e luvas descartáveis – costuma ter mais benefícios quando acontece dentro do próprio território nacional. Porém, os insumos nunca são 100% brasileiros, pois muitos dos compostos utilizados para produzi-los são importados. Grande parte da matéria-prima utilizada ainda vem de fora”, afirmou Glauco.
A expectativa é de que o mercado interno, tanto de produtos quanto de insumos, seja aquecido com a regulamentação do Programa Federal de Neoindustrialização e do Complexo Econômico Industrial da Saúde. Junto com a Reforma Tributária, responsável pela adoção de menores alíquotas para o setor da saúde, as duas medidas devem impulsionar a produção e permitir a entrada de novas empresas com atuação no Brasil, o que envolve o surgimento de novas plantas e parques industriais.
“Precisamos de uma definição por parte do governo Federal quanto às regulamentações, sendo que temos como expectativa que elas aconteçam ainda em 2024. Com o surgimento de novos empreendimentos, podemos reduzir a dependência que temos do exterior e gerar maior mão-de-obra dentro do setor. Atualmente, temos uma mão-de-obra capaz de atender às nossas demandas. Porém, se estas aumentarem, teremos que investir em maior qualificação de pessoal”, disse Jorge.