Saúde mental no trabalho: levantamento da Gupy mostra necessidade de ações contínuas dentro das empresas

schedule
2024-11-30 | 14:00h
update
2024-11-30 | 18:38h
person
Saúde Debate
domain
Saúde Debate
(Foto: Freepik)

Mais de 30% dos trabalhadores já sofrem com Síndrome do Burnout, conforme a Associação Nacional de Medicina do Trabalho (Anamt). O impacto do estresse crônico no ambiente de trabalho destaca a necessidade urgente de uma abordagem contínua e sistemática para a saúde mental nas empresas. Em um levantamento realizado com mais de 100 grandes empresas do país, a Gupy, empresa líder em tecnologia para gestão de pessoas, traz alguns dados que refletem esse cenário. 

Leia também – Saúde mental dos empreendedores: Como manter o equilíbrio em meio à pressão por resultados, principalmente no fim do anoAMP

Embora 58,9% das empresas ofereçam algum tipo de programa ou benefício voltado para a saúde mental, como acesso a terapeutas (58,9%) ou aumento de flexibilidade (19,6%), muitas empresas ainda falham em oferecer suporte efetivo e contínuo. Em particular, 20,5% das empresas afirmaram não adotar nenhuma ação específica para responder aos pedidos de suporte relacionados à saúde mental. Além disso, quase metade (49,1%) das organizações não fornece treinamento especializado para gestores e equipes de RH sobre como lidar com essas questões.

Publicidade

O levantamento indica que 25,9% dos respondentes trabalham em organizações que os levaram a já pediram ou consideram afastamento devido a questões de saúde mental. Além disso, 31,2% relataram ter recebido presenciado entre 1 e 5 pedidos de afastamento nos últimos 12 meses. Esses dados ilustram a prevalência de condições como o burnout, uma epidemia silenciosa, exacerbada por fatores como carga excessiva de trabalho, falta de apoio organizacional e ambientes de trabalho psicologicamente inseguros.

O Brasil se destaca negativamente, sendo o segundo país com maior número de casos, atrás apenas do Japão, de acordo com dados da International Stress Management Association (ISMA-BR), em estudo realizado em 2023. A base analisada pela  Gupy no ano seguinte reflete essa tendência: 34,8% dos entrevistados relataram que suas empresas não oferecem programas ou benefícios específicos para apoiar a saúde mental.

O levantamento mostra que a falta de um monitoramento contínuo também é uma lacuna significativa: embora 63,4% das empresas utilizem ferramentas de escuta ativa e análise do clima organizacional, ainda há uma proporção relevante que não adota medidas adequadas para avaliar e melhorar o bem-estar das equipes. A avaliação da cultura de apoio à saúde mental dentro das empresas é reveladora: 44,1% dos respondentes classificam suas empresas como regulares ou negativas em termos de apoio (notas de 1 a 3 em uma escala de 1 a 5).

Saúde mental não é só em setembro

Izabella Camargo, jornalista e uma das principais vozes em prol da saúde mental nas organizações enfatiza que estamos falando de mudança de cultura. “Não é um evento, mas um processo, que exige planejamento, repetição e educação. Ou seja, paciência. Quanto mais todos estiverem alinhados às mudanças e próximos passos, melhor para todos, inclusive os resultados”.

Segundo Guilherme Dias, cofundador da Gupy, os dados evidenciam uma oportunidade de evolução nas respostas institucionais frente às necessidades dos colaboradores. Para ela, é fundamental apostar em ferramentas que monitoram o clima e o engajamento das equipes de forma contínua e qualitativa, permitindo que o gestor identifique com antecedência sinais de esgotamento ou insatisfação. Neste sentido, além da tecnologia, que pode ser utilizada a favor, a aplicação da metodologia de escuta ativa – que convida o colaborador a expor de maneira segura suas dores e necessidades individuais – pode fazer toda a diferença.

“Empresas que olham para essas demandas criam um ambiente mais saudável e sustentável, fortalecendo a relação com seus colaboradores e reduzindo os impactos do burnout, como alta rotatividade, por exemplo. Práticas estruturadas de feedback, pesquisas de clima e outras ações para medir a satisfação ajudam a tornar o espaço de trabalho mais positivo e produtivo”, destaca.

A abordagem tradicional das empresas, focada apenas no tratamento dos sintomas, precisa evoluir para um modelo que considere o bem-estar integral dos colaboradores, a partir das suas particularidades. Isso significa ir além do ambiente de trabalho, considerando o equilíbrio como um todo, fundamental para manter a saúde e o bem-estar de cada indivíduo.Em maio deste ano, a jornalista deu início a um movimento de mercado em prol da criação dos EPIs de Saúde Mental, que consistem em equipamentos de proteção individual destinados a preservar e promover a saúde mental. “Dentro dos EPIs, existem diretrizes capazes de transformar qualquer ambiente, instituição privada ou pública. A questão está em aceitar que, se o mundo do trabalho mudou, as consequências mudaram e a forma de lidar com ele segue pelo mesmo raciocínio. Os EPIs da saúde mental são aliados dessa mudança de cultura, não há mais o que discutir, apenas compreender e implementar. Se existem riscos físicos e já tenho recursos para minimizar os riscos desses ambientes e trabalhos, preciso me preparar para os riscos mentais”, conclui Camargo.

*Informações Assessoria de Imprensa

Acompanhe as notícias de Saúde & Bem Estar clicando aqui

Publicidade

Cunho
Responsável pelo conteúdo:
saudedebate.com.br
Privacidade e Termos de Uso:
saudedebate.com.br
Site móvel via:
Plugin WordPress AMP
Última atualização AMPHTML:
30.11.2024 - 18:44:00
Uso de dados e cookies: