Então, será Natal?

Às vésperas de completar 8 meses em casa (home office), ou exatos 250 dias conforme as contas do bom Excel, soube que, devido ao recrudescimento da pandemia em Curitiba e no Paraná, o plano de retorno às atividades presenciais foi postergado, para dizer o mínimo!

Nas viagens que fiz por este Brasil amado, a percepção é de que as pessoas que moram acima da região Sudeste, tem Curitiba em alta conta por seu modelo de transporte urbano, parques emblemáticos e muito frio, uma cidade modelo. É a percepção! Porém, a pandemia tem revelado que o povo europeizado da cidade sorriso (ainda temos esse epíteto?) está cansado do enclausuramento forçado!

Dia destes, após meu retorno das férias passadas entre Rio de Janeiro, Alagoas e uma parte do tempo numa ilha da costa baiana chamada de Boipeba, dei-me conta que a geladeira estava vazia. Chamar o iFood, UberEats? Não! Quis ir ao Centro Histórico da Cidade para ver como estava o movimento. No restaurante estava tudo tranquilo, com os procedimentos recomendados pelos órgãos sanitários sendo seguidos à risca. Ótimo, ficamos um pouco mais descansados quando vemos litros de álcool gel à disposição, porém, um olhar pelo Largo da Ordem e sua feirinha muito conhecida, possibilitava perceber muitas pessoas sem máscara, alguma aglomeração, muita gente andando perto umas das outras.

Praia da Boca da Barra, Ilha de Boipeba, Bahia Praia da Cueira, Ilha de Boipeba, Bahia

(Fotos: Acervo / Gilmar Rosa)

Nossos europeizados habitantes estavam seguindo o mesmo processo dos ancestrais, que fizeram a Europa entrar numa segunda onda da pandemia severa. Itália, Alemanha, Inglaterra, Espanha, Portugal e tantos outros países estavam se voltando para um fechamento de atividades mais drástico do que aquele enfrentado no início da pandemia. Toque de recolher é o mínimo que haveria de ser imposto.

Pensar em comparar Europa com Brasil é deveras burrice, em todos os sentidos. Entretanto, o comportamento das pessoas lá e cá parece-me muito semelhante. Nas ocasiões em que pude visitar Madri, foi impossível não se empolgar com a vida noturna da esplêndida e linda cidade – pelas ruas de diversos bairros os bares e restaurantes sempre lotados, repletos de uma juventude linda e desencanada. As pessoas afloravam dos bares para as ruas, as praças, as calçadas, a fim de melhor aproveitarem noites e madrugadas quentes. Na maioria, jovens.

Se lá, a alma viva da cidade, personificada em sua juventude não suportava mais o isolamento social, o enclausuramento obrigatório, dando vazão aos bares cheios novamente, por que aqui haveria de ser diferente? 250 dias de reclusão nem mesmo eu aguento! Imagine jovens irrequietos atrás de socialização e bebericação?

Plaza Pedro Zerolo, Madri – Espanha  Plaza de Colón, Madri – Espanha 

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p class=”ql-align-center”>(Fotos: Acervo / Gilmar Rosa)

Não há como negar que houve recrudescimento da Covid-19 no mundo. Ninguém nega, a não ser aqueles de costume lá em Brasília. E para piorar as coisas, a vacina que aqui aportar, não será suficiente para eliminar os rastros do vírus, por que serão necessárias milhões de doses para toda a população brasileira a serem aplicadas em quanto tempo? Ninguém sabe!

Se 2020 foi o ano perdido em que quase nos tornarmos ermitãos, o que nos espera em 2021? Valha-nos Deus!

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