Grande parte dos pacientes em atendimento e internação domiciliar integra o grupo de risco para a Covid-19, a infecção causada pelo novo coronavírus. Logo, o cuidado com eles deve ser redobrado durante a pandemia.
Devem ser adotadas medidas que favoreçam a proteção dos pacientes nestas condições e elas dependem da adesão dos mesmos, dos cuidadores e de familiares. Segundo o médico Rafael Bruzamolin, gerente médico da empresa Lar e Saúde, uma das referências no segmento de atenção domiciliar no Brasil, restringir ao máximo o contato entre as pessoas é o mais indicado no momento. No caso de visitas domiciliares, deve-se seguir o mesmo princípio, evitando todo contato próximo que não seja essencial para a promoção dos cuidados de saúde e bem estar do paciente.
“O vírus é transmitido por pessoas doentes para pessoas sadias através do contato próximo ou domiciliar. A circulação de pessoas na residência deve ser reduzida ao mínimo indispensável para preservar a saúde do paciente e evitar riscos que possam deixa-lo doente e levá-lo de volta para o hospital. Todas as precauções recomendadas pela Organização Mundial de Saúde, Ministério da Saúde e Anvisa devem ser seguidas antes do contato próximo com o paciente. Não podemos deixar a doença chegar à casa dos nossos pacientes” diz.
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Distanciamento social e higienização
A parte mais importante será os cuidados adequados com as pessoas em isolamento domiciliar ou em confinamento. Os idosos, pessoas com doenças crônicas, gestantes e imunossuprimidos possuem um sistema imunológico enfraquecido. Portanto, todas as recomendações precisam ser seguidas rigorosamente para garantir a saúde das pessoas atendidas em home care. Para isso, Rafael Bruzamolin lista as seguintes medidas:
- restringir a circulação de pessoas na sua casa e o contato com o paciente ao mínimo indispensável para preservar sua saúde e bem estar;
- manter os ambientes da residência bem ventilados e com as janelas abertas;
- seguir as regras de etiqueta respiratória para proteção das pessoas ao seu redor quando tossir ou espirrar;
- higienizar suas mãos com os recursos mais acessíveis que temos em casa, água e sabão durante 40 a 60 segundos, frequentemente, antes e depois de qualquer contato com o paciente. Na falta de água e a sabão utilizar álcool 70% durante 20 a 30 segundos;
- Não utilizar máscara cirúrgica no domicílio se você não apresenta sintomas respiratórios e não teve contato com pessoas doentes ou suspeitas de ter a doença;
- não compartilhar objetos de uso pessoal, como canecas, garrafas de bebidas, copos, pratos e talheres;
- não compartilhar alimentos com outras pessoas;
- evitar contato social com pessoas que estejam com sintomas de doença respiratória aguda como febre, tosse, coriza, dor de garganta e dificuldades para respirar;
- não visitar pessoas em domicílio ou no hospital que sejam casos suspeitos ou confirmados do novo coronavírus;
- manter distância de no mínimo 2 metros de pessoas com sintomas respiratórios e evitar se expor frente a frente por mais de 15 minutos;
- evitar tocar os olhos, o nariz e a boca;
- evitar a prática de cumprimentar as pessoas com aperto de mãos ou beijos.
A limpeza e desinfecção das superfícies da residência, aponta o médico, é uma parte fundamental para prevenção do novo coronavírus: “Diariamente, deve-se limpar e desinfetar objetos e superfícies de contato no ambiente de domiciliar, principalmente quarto e banheiro que o paciente utiliza” afirma.
Os objetos utilizados pelo cuidador ou familiares, como o telefone celular, também devem ser higienizados. “Este é um momento de esforço compartilhado para prevenirmos que o novo coronavírus chegue às casas dos nossos pacientes. Devemos praticar a empatia com nossos semelhantes, evitar o desperdício de recursos para que não faltem aos necessitados e unir todos os envolvidos na atenção domiciliar para enfrentarmos a pandemia”.
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