Uma pesquisa em nível nacional, realizada com mais de cinco mil usuários da plataforma Consulta Remédios, considerada a maior plataforma de saúde do Brasil e oitava maior do mundo, mostrou que a automedicação é uma realidade no Brasil. De acordo com os dados coletados no período de 22 a 29 de janeiro deste ano, 73% das pessoas recorreram à automedicação nos últimos seis meses e, dentro deste universo, 43% afirmam saber do riscos dessa prática e, ainda assim, a mantém na rotina.
“Como somos uma plataforma que oferece ampla informação a respeito dos mais variados medicamentos, achamos importante conscientizar a população sobre o uso correto de medicações. Esse tipo de prática é perigosa e deve ser combatida. Por isso, o Consulta Remédios lançou essa pesquisa até como uma forma de propor ações para que as pessoas entendam esses riscos e eliminem esse hábito”, diz Paulo Vion, CEO da plataforma.
Na pesquisa também foi possível observar que as mulheres ainda são a maioria quando o assunto é tomar remédios por conta própria: 76% das respondentes afirmam se automedicar, enquanto apenas 69% dos homens mantêm esse hábito. No que diz respeito à faixa etária, os jovens de 18 a 24 anos são os que encabeçam a lista, com 85% afirmando se automedicar. Adultos de 25 a 34 respondem a 83%; 35 a 44 anos, 78%; 45 a 54 anos, 71%; 55 a 64 anos, 64%; e dos maiores de 65 anos, apenas 59% afirmam se automedicar.
Riscos de automedicação
Entre os riscos de automedicação estão vários, mas a intoxicação é a mais perigosa. De acordo com o Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas, cerca de 30 mil casos de internação são registrados por ano no Brasil por decorrência de intoxicação. Outro risco iminente da automedicação é o fato de que, se ministrado na quantidade inadequada, ou ainda, se combinado a outro medicamento, o risco de mascarar sintomas de uma doença mais grave é grande. “Como uma plataforma healttech, extremamente relacionada à saúde e de alcance nacional, temos o compromisso de alertar a população sobre esses riscos, pois acreditamos que nossos serviços vão além de negócios onde, de certa forma, somos uma plataforma de utilidade pública “, explica Franciele Matias, Doutora em Farmacologia e farmacêutica responsável do Consulta Remédios.
Medicamentos campeões
Entre os medicamentos que estão no topo dos mais consumidos por conta própria, ainda segundo a pesquisa, estão os analgésicos, que representam 33% dos mais consumidos, relaxantes musculares, representando 20% e os anti-inflamatórios, com uma fatia de 16%. Apesar de os analgésicos, responsáveis por diminuir dores em geral, aparentemente serem “inocentes” o medicamento que é comum nas farmácias caseiras, se consumido de forma errada pode causar problemas renais e até AVC.
Internet estimula o automedicamento?
Uma das perguntas da pesquisa lançada pelo CR questionou os respondentes que atitudes tomam ao sentir alguma dor ou mal-estar. Apesar de o “Doutor Google” ter mudado o comportamento de saúde dos usuários, a pesquisa na internet sobre os sintomas ficou em 3º lugar, com 18% das respostas. O levantamento mostrou que 22% dos usuários afirmaram recorrer a um especialistas para resolver o problema, e 29% se automedica. Ou seja, a cultura da automedicação ainda sai à frente.
Quando o assunto é pesquisar sintomas na internet, 63% afirma procurar em artigos de saúde, blog e portais da área, enquanto 21% procura diretamente sites de farmácia e descontos. Mais que buscar as informações sobre a saúde, os consumidores mantêm a crença de saber a patologia que possuem, de tal modo que, além de procurar as farmácias, também buscam descontos. Ainda na categoria internet, a ferramenta é responsável por 16% da busca pelo uso de medicamentos para aliviar algum sintoma.
A pesquisa mapeou diversos outros comportamentos, e é possível acessar todos os dados clicando aqui.