Coqueluche em adultos: um problema de saúde pública em ascensão que exige atenção global

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(Foto: Freepik)

A coqueluche se manifesta inicialmente como sintomas semelhantes aos de um resfriado comum, incluindo febre baixa, coriza e tosse leve. No entanto, após uma a duas semanas, a tosse torna-se mais severa e persistente, caracterizada por episódios que podem durar minutos e dificultar a respiração. Em adultos, esses episódios frequentemente não são reconhecidos como coqueluche, atrasando o diagnóstico e aumentando o risco de complicações.

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Reforço vacinal 

A vacinação é a medida mais eficaz para prevenir a coqueluche, especialmente em crianças. No Brasil, o calendário nacional de vacinação estabelece que os bebês devem receber três doses da vacina pentavalente (que protege contra difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e Haemophilus influenzae tipo b) aos dois, quatro e seis meses de vida. Além disso, são recomendados dois reforços com a vacina tríplice bacteriana (DTP): o primeiro aos 15 meses e o segundo entre os quatro e seis anos.

Apesar da importância da imunização, a cobertura vacinal tem apresentado quedas preocupantes. Em 2022, a taxa de vacinação com a DTP em crianças menores de um ano foi de 77,25%, abaixo da meta de 95% estabelecida pelo Ministério da Saúde.

Para adultos, especialmente aqueles que convivem com crianças pequenas ou atuam em ambientes de alto risco, como escolas e hospitais, a vacinação também é crucial. O Programa Nacional de Imunizações oferece a vacina para gestantes e profissionais de saúde. No entanto, a cobertura vacinal entre adultos permanece baixa. Por exemplo, em 2024, a adesão à vacina dTpa entre gestantes na cidade de São Paulo foi de apenas 41%.

“Precisamos urgentemente de campanhas direcionadas que incluam os adultos no plano de vacinação. A coqueluche não é uma doença exclusivamente pediátrica e, se ignorada, continuará a impactar a saúde pública de forma significativa”, alerta o Dr. Piastrelli.

Além da vacinação, estratégias de conscientização sobre a doença e seus sintomas são fundamentais para reduzir o subdiagnóstico e incentivar a busca por tratamento precoce. A coqueluche é mais do que uma doença respiratória; é uma ameaça silenciosa que exige uma resposta integrada para proteger todas as faixas etárias. Autoridades sanitárias, médicos e a população em geral precisam atuar em conjunto para enfrentar o ressurgimento dessa enfermidade e evitar que ela continue se espalhando.

*Informações Assessoria de Imprensa