Enquanto a Organização Mundial da Saúde (OMS) celebra uma redução global no consumo de tabaco – passando de 1 em cada 3 adultos em 2000, para 1 em cada 5 no ano passado –, outra preocupação emerge: o uso de Dispositivos Eletrônicos para Fumar (DEFs), conhecidos também como cigarros eletrônicos, “vapes” e “pen drive”.
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Uma análise mais aprofundada revela que o público jovem é particularmente atraído pelos cigarros eletrônicos. A facilidade de acesso, os aromas, sabores e apelos de marketing contribuem para a sua crescente popularidade entre os adolescentes.
“Há ainda a falsa sensação de poder fumar sem culpa, pautada na ideia de que o produto consiste apenas em vapor de água, o que é uma ilusão”, destaca Dra. Andrea Sette, pneumologista do Hospital São Luiz Itaim, da Rede D’Or.
Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE), de 2019, aponta que os maiores índices de experimentação de cigarro eletrônico foram observados entre adolescentes de 13 a 17 anos.
O dado citado já tem reflexo nos consultórios. “Notamos um aumento significativo de jovens com quadros de asma exacerbada, tosse, falta de ar e, em casos mais graves, pneumonia e insuficiência respiratória aguda em decorrência do uso desses dispositivos”, revela a médica.
Apesar da imagem de alternativa “mais segura”, por não conter monóxido de carbono, os cigarros eletrônicos contêm nicotina e dezenas de outras substâncias químicas, incluindo cancerígenos comprovados para pulmão, bexiga, esôfago e estômago.
“Eles oferecem ainda perigos específicos, como o vazamento de metais pesados no filamento aquecido, aumentando o risco de câncer, adoecimento por síndrome respiratória aguda e até mesmo explosão do dispositivo”, alerta pneumologista do São Luiz Itaim.
A unidade, localizada na zona Sul da capital paulista, acumula mais de 80 anos de tradição e conta com um Centro de Diagnóstico completo para investigação e acompanhamento desses caos, ofertando exames de imagem de alta resolução, laboratório de função pulmonar avançada e atendimentos de alta complexidade em mais de 40 especialidades.
No Brasil, desde 2009, uma portaria da Agência Nacional de Vigilância Sanitária ANVISA proíbe a venda, importação e propaganda desses produtos, no entanto é fácil realizar a compra online e em lojas físicas.
“Está em fase final na ANVISA a elaboração de um posicionamento quanto à liberação desses dispositivos. A situação, que já é alarmante, pode piorar muito”, enfatiza a médica.
Estudos apontam que a nicotina persiste como uma das drogas mais utilizadas no mundo. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o tabagismo matou mais de 100 milhões de pessoas no século XX.
“E poderá matar um bilhão no século XXI, com grande participação dos DEFs. Por isso, é imperativo que a sociedade compreenda os reais riscos envolvidos no uso desses dispositivos eletrônicos e que medidas sejam tomadas para conter essa tendência”, finaliza Sette.
*Informações Assessoria de Imprensa