Pesquisa revela principais impactos da 1ª geração de médicos formados pelo Programa Mais Médicos

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(Foto: jcomp/Freepik)

A Afya, hub de educação e soluções digitais médicas do Brasil, realizou, em parceria com o Instituto REDS (Research Designed for Strategy), estudo inédito com o objetivo de medir o impacto dos cursos de medicina do Programa Mais Médicos 1, de 2013 – que começaram a operar a partir do segundo semestre de 2017. O levantamento ouviu 163 alunos, sendo que os primeiros começam a se formar médicos em julho deste ano.

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A amostragem utilizada na pesquisa foi de quatro Instituições de Ensino Superior da Afya egressas da 1ª edição do Mais Médicos: o Centro Universitário UNIDEP, em Pato Branco, Paraná; a FITS, faculdade de Jaboatão dos Guararapes, Pernambuco; a FASA Itabuna e a FIPGuanambi, ambas na Bahia. As quatro IES somadas vão formar entre julho deste ano e o primeiro semestre de 2024 sua primeira geração de médicos do Programa Mais Médicos, totalizando 292 alunos.

Entre os principais dados da pesquisa, os alunos do internato destacaram os impactos socioeconômicos positivos nas regiões onde estudam:

  • 80% perceberam a expansão na oferta de ambulatórios nas cidades;
  • 68% veem melhorias na infraestrutura básica da rede de saúde local, como hospitais, postos de saúde, UBS e UPAs;
  • e 56% perceberam maior fluxo de médicos nos postos.

Para além da área da saúde, os alunos também notaram avanços nas regiões:

  • 59% constataram desenvolvimento de comércios e maior fluxo de pessoas;
  • 50% desenvolvimento imobiliário;
  • e para 45%, houve melhora na oferta de educação superior.

A pesquisa apontou ainda que 64% dos estudantes têm intenção em permanecer na região onde fizeram a graduação em Medicina, seja de forma permanente ou temporária. Entre os que têm intenção de ficar, os motivos principais são:

  • 67% pela oportunidade de trabalho;
  • 61% pela proximidade da família;
  • 59% porque a cidade oferece qualidade de vida.

Já entre os que não pretendem se fixar, 53% apontaram que pretendem se especializar e o curso não é disponibilizado na região. Para 41%, ter opções de residência médica ou especialização de seu interesse o fariam ficar na região.

Mais de 2/3 querem atuar na rede pública de saúde 

Dos entrevistados, 52% mudaram para a cidade por conta da faculdade, sendo que 21% apenas estudam na cidade, mas moram em outro município próximo; e 26% são naturais do município onde estudam. Além disso, a pesquisa mostrou que 76% dos alunos têm o setor público como grande foco de carreira; 66% pretendem iniciar um trabalho, mesmo que seja concomitante com a realização de uma especialização; e 99% querem fazer especialização após se formarem – as áreas mais procuradas são cirurgia geral, obstetrícia e clínica médica.

“Com essa pesquisa conseguimos trazer um retrato socioeconômico do Programa Mais Médicos e mostrar sua importância como política pública para o Brasil, na medida que o fator determinante é a oferta de cursos nas regiões onde há carência, como cidades de médio porte, afastada dos grandes centros. Constatamos impactos de curto prazo, com avanços nas atividades produtivas da região; de médio prazo, com aumento em marcadores sociais importantes das redes de saúde da região; e de longo prazo, como a fixação de parte dos médicos nas regiões dos cursos. A interiorização dos cursos de medicina é fundamental para levarmos médicos e mais acesso à saúde para aqueles que mais precisam”, afirma Virgilio Gibbon, CEO da Afya.

Metodologia

A pesquisa Afya & Instituto REDS (Research Designed for Strategy) contou com etapas quantitativa e qualitativa. A parte quantitativa foi realizada entre os dias 23 e 30 de junho, com 163 alunos das quatro faculdades por meio de entrevistas online de autopreenchimento e via CATI. A Afya disponibilizou a listagem dos alunos de cada instituição. As entrevistas (links) foram enviadas para o WhatsApp dos alunos e também foram feitos contatos via telefone.

Programa Mais Médicos

O Programa Mais Médicos foi criado em 2012 e já contou com dois editais: um em 2013 e outro em 2018. Como política pública, seu objetivo é criar regras claras para a abertura de cursos de Medicina no país, seguindo três grandes diretrizes:

  • Diminuir a carência de médicos nas regiões prioritárias para o SUS, a fim de reduzir as desigualdades regionais na área da saúde;
  • Fortalecer a prestação de serviços de atenção básica em saúde no país;
  • E ampliar a inserção do médico em formação nas unidades de atendimento do SUS e fortalecer a política de educação permanente com a integração ensino-serviço, por meio da atuação das instituições de educação superior na supervisão acadêmica das atividades desempenhadas pelos médicos.

Entre as diversas exigências que a Instituição de Ensino que aderem ao Programa Mais Médicos deve cumprir, há destaque para:

  • Plano de Residência Médica: Abertura de Programas de Residência em Medicina da família e de, no mínimo, dois outros programas das áreas médicas prioritárias;
  • Plano de Contrapartida: Deverá conter a previsão de investimento na rede SUS, até o 6º ano de curso, calculada no percentual de 10% do faturamento anual bruto do curso de medicina.
  • Plano de Bolsas (compromisso social): As bolsas ofertadas pela IES devem representar o percentual do número de vagas anuais do curso de medicina até o limite de 10% (dez por cento).

Impactos positivos

A série “Medicina para TransFORMAR – uma Medicina, muitas histórias” conta a trajetória de alguns pacientes e alunos, estudantes bolsistas, familiares, professores médicos, participantes do Mais Médicos que acompanharam todo o impacto do programa nos municípios. Veja os relatos completos no link: Link

*Informações Assessoria de Imprensa

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