A comunicação é fundamental. Quando se trata do mercado de saúde então, ela deve ser feita à risca. Segundo pesquisa realizada pelo Altimer Group e Wetpaint, o crescimento das empresas que investem em social media é de 18% em um ano. Logo, instituições de saúde e os próprios médicos começaram a perceber que seria proveitoso trabalhar este lado também.
A CEO da C2L | Communication to Lead, Camilla Covello, contou que o setor precisou entender que a comunicação é um meio muito importante para chegar aos seus objetivos. “Hoje em dia tudo entra em marketing e comunicação. O relacionamento médico, o relacionamento com a família do paciente, como tratar o paciente para que a experiência dele (e do acompanhante) seja da melhor maneira possível. Os consumidores precisam se conectar com o marketing de conteúdo que são lidos na internet para poder se identificar com aquela pessoa ou marca”, afirmou.
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Ainda de acordo com Camila, este é um setor que sempre se preocupou com a tecnicidade da medicina e, por isso, acabou deixando de lado a governança, a gestão administrativa e organizacional. “Agora eles repararam que isso ajuda a crescer. E para crescer, é preciso deixar tudo isso organizado”, avalia.
E essa tática precisa ser pensada com cuidado. Pela Lei 4.113, no Brasil só se pode fazer propaganda de um hospital, instituição de saúde ou médico se ela tiver caráter informativo. “O tipo de citação que devemos fazer seria algo como: ‘tem um hospital de primeira perto de você’ e não ‘venha aqui porque somos o melhor’. Isso é informação para a população”, garante.
E a gama de serviços informativos que podem ser passados desta maneira não ficam apenas nessas citações. Comunicação interna, relação interpessoal, sensibilização de todos as partes interessadas e a diferença nos públicos-alvo na saúde são áreas possíveis de serem abordadas para que os médicos e instituições de saúde se posicionem perante a sociedade e aos concorrentes de uma maneira mais assertiva. “O que se percebe no mercado é que os médicos ou empresas da saúde precisam ter confiança nos gestores das agências e nas pessoas que eles trabalharão, já que isso acaba afetando diretamente o reconhecimento daquela marca/pessoa”, aponta Camila.
Em questão de expectativas para curto prazo, Camila é pragmática ao dizer que a saúde no Brasil está mudando com uma velocidade absurda e que as relações com planos de saúde, prestadores e médicos vão ter que mudar. “Com o paciente mais empoderado, os médicos e as instituições vão ter que se conectar melhor com os públicos deles. Antigamente eles não sabiam nem com que público eles tinham que falar. Hoje eles já sabem quais tipos de ações eles devem fazer para atingir determinados públicos”, finaliza.
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