A segurança do paciente é fundamental para uma instituição na área da saúde. Para garanti-la, é necessário adotar uma série de procedimentos para uma redução, a um mínimo aceitável, do risco de dano desnecessário associado ao cuidado de saúde. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a estimativa de danos à saúde é alta em nível mundial. Todos os anos, tanto os médicos quanto os enfermeiros são imprescindíveis na assistência com segurança na prevenção de infecções, danos, processos em falha ou óbitos evitáveis.
A sepse é a causa de morte número um nas UTIs e uma das principais de mortalidade hospitalar tardia, superando o infarto do miocárdio e o câncer. De acordo com o Ministério da Saúde, a mortalidade pela doença é alta no país, chegando a 65% dos casos, enquanto a média mundial está em torno de 30 a 40%. Este é um dos principais exemplos sobre a importância de procedimentos relacionados à segurança do paciente.
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“A sepse nada mais é que uma resposta desregulada do organismo a uma infecção pré-existente. Toda vez que ocorre uma infecção, o sistema de defesa de seu corpo entra em ação para combater a doença, provocando inflamação. Quando este processo se magnifica gerando múltiplas disfunções dos órgãos, temos a sepse. Vale ressaltar que pessoas em condições vulneráveis como os diabéticos, portadores de câncer, de insuficiência renal ou aqueles que apresentam qualquer forma de imunossupressão, recém-nascidos prematuros e idosos são os mais suscetíveis a apresentarem formas mais graves de infecção”, explica André Cortez, infectologista do Hospital Casa de Saúde Guarujá (HCSG).
Para uma entidade prestadora de serviços hospitalares é necessário seguir rigorosamente as metas de segurança do paciente, explicadas abaixo por André:
Identificação do paciente
Consiste na verificação de que ele esteja recebendo o material de tratamento, prescrição médica e medicamentos de forma correta. “Essa meta é fundamental para que não ocorra nenhum tipo de erro na hora da administração medicamentosa, por isso, é procedimento padrão que o profissional pergunte sempre o nome completo e idade do paciente, mesmo que esteja em terapia domiciliar”, ressalta.
Melhora na comunicação efetiva nos profissionais da saúde
Nesse processo é necessário que o profissional desenvolva práticas rotineiras de forma inflexível para que não haja nenhum tipo de erro médico durante algum tratamento. “A intercomunicação entre a equipe deve ser sempre padronizada, impossibilitando qualquer descuido durante o procedimento que está sendo realizado. Isso é necessário para a proteção de quem está recebendo algum tipo de terapia e para os profissionais de saúde, que seguindo os padrões de procedimento de forma rígida, dificilmente irão cometer algum tipo de equívoco”, avisa.
Aprimoramento na segurança dos medicamentos de alta vigilância
Esse protocolo foi elaborado para preservar as práticas de administração de fármacos em todas as empresas de saúde. “São condutas que determinam a maneira em que os medicamentos de alta vigilância como insulina e psicotrópicos devem ser armazenados e utilizados, com o intuito de assegurar até mesmo a vida do paciente”, alerta.
Local de procedimento de cirurgia e anestesia
Essa meta é para que seja verificado atentamente o tipo de cirurgia que será feita, o material utilizado e a anestesia, garantindo que não ocorra nenhum engano durante a intervenção. “É importante ressaltar que no caso de empresas de prestação de serviços domiciliares, essa é uma regra que não se aplica, pois não há manuseio de anestesia em casa”, informa.
Higienização das mãos e cuidados da saúde
O objetivo é conter a transmissão de microrganismos, amenizando os riscos de infecções relacionadas à assistência em saúde. “A intenção é que não haja perigo de nenhum tipo de contaminação bacteriana, seja por meio do fármaco ou do contato com o especialista”, explica.
Redução de risco de queda de lesão por pressão
Para que não ocorram quedas e as úlceras por pressão, é indispensável que os profissionais de saúde avaliem os pacientes e estabeleçam ações preventivas. “É primordial averiguar as condições de acessibilidade e locomoção dos pacientes, principalmente se eles forem idosos ou estiverem sob efeito de algum medicamento”, destaca.
“Todos esses protocolos precisam ser colocados em prática com a intenção de prestar um serviço de qualidade, segurança, personalização e humanização, pois o bem-estar dos pacientes e colaboradores é algo inegociável”, conclui o especialista.
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