Radiocirurgia Hipofracionada em meningiomas de grande volume ou de localização crítica intracraniana – Resultados de um estudo prospectivo de fase 2


Os meningiomas intracranianos são os tumores cerebrais mais comuns em adultos. Apesar do seu comportamento indolente, podem acarretar significativa morbidade e mortalidade, com base na localização e na sua histologia. A cirurgia é o tratamento de escolha, mas em alguns casos a ressecção completa pode ser muito difícil e gerar importantes sequelas ao paciente. A radiocirurgia (RC), ou radioterapia hipofracionada estereotática (hipoRC), fornecem alta precisão na entrega de feixe e distribuição de dose conformada, conseguindo driblar essas limitações cirúrgicas. A literatura recente evidencia que, em tumores grandes ou próximo a estruturas críticas, a hipoRC apresenta um bom controle tumoral (90 a 100%) com baixa toxicidade. O objetivo deste estudo fase 2 é estabelecer se um esquema fracionado de 25 Gy em 5 frações administrado por hipoRC seria seguro e eficaz nesses pacientes com diagnóstico de meningioma grau 1 com tumores grandes (>3cm) ou próximo a estruturas críticas (<3mm).

Foram recrutados 166 pacientes, com acompanhamento médio de 53 meses (intervalo, 4-101 meses).  Pacientes tratados com cirurgia foram submetidos a HipoRC de resgate na progressão radiológica. A maioria dos pacientes apresentavam 1 ou mais alterações de nervos cranianos (70%), incluindo dor/parestesia trigeminal (25%), déficit visual (44%) e disfunção do nervo facial (13%).

Entre os pacientes com acompanhamento de, pelo menos, 5 anos (n = 77), a taxa de toxicidade foi 11,7% (9 de 77 pacientes). Nenhuma toxicidade aguda foi registrada e o tempo médio de início da toxicidade foi de 10 meses. Os principais eventos foram dormência do trigêmeo e déficit visual em 4% e 5% dos pacientes, respectivamente. A avaliação dos sintomas mostrou uma melhora, principalmente após 3 anos de seguimento. Quanto aos nervos cranianos III/IV/VI, apenas 1 paciente (2%) relatou uma piora nos déficits preexistentes, enquanto 55% dos pacientes apresentaram…



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