Há pouco mais de um ano, o vírus Sars-Cov-2 acomete todo o planeta com a infecção pela Covid-19. Neste período, a doença fez milhões de vítimas pelo mundo e somente no Brasil o total de pessoas que perderam a vida para o novo coronavírus se aproxima de 550 mil. Entre os infectados que desenvolvem a forma grave da doença estão pessoas com comorbidades como a obesidade, hipertensão e diabetes.
A combinação destas doenças já preexistentes eleva, entre outros fatores, a pressão e a glicemia, condições que propiciam o agravamento dos quadros de Covid-19. Pessoas obesas têm, também, maior exposição do organismo a situações de formação de coágulos e inflamações. Esses problemas tendem a agravar a infecção pelo vírus.
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A obesidade está incluída pelo Ministério da Saúde entre as principais causas de risco para complicações com a infecção pelo novo coronavírus, ao lado justamente de diabetes, além da idade avançada e doenças cardíacas.
“É importante ressaltar que está bem documentado que o principal fator de risco para a Covid-19 é a obesidade. Importante a perda de peso e evitar comorbidades como a hipertensão e a diabetes, além da própria obesidade”, explica Glauco Afonso Morgenstern, especialista em cirurgia bariátrica e integrante da equipe do Centro VITA de Tratamento da Obesidade e Diabetes, do Hospital VITA Curitiba. “As pessoas que estão no peso ideal têm menos chance de ter a Covid-19 na forma grave”, complementa o especialista. O médico destaca ainda que praticar atividades físicas ajuda na prevenção da Covid-19 na forma grave.
As informações do Dr. Glauco reforçam a necessidade da prevenção e da procura pela cirurgia bariátrica. Quem deixa de ser obeso por meio da cirurgia diminui consideravelmente as chances de desenvolver Covid-19 na forma mais grave. O procedimento cirúrgico também previne a diversidade de outros problemas de saúde relacionados à obesidade, o que envolve até mesmo alguns tipos de câncer.
Risco de morte pela Covid-19 aumenta em quase 50% entre os obesos
Estudos realizados em mais de 70 países e publicados em revistas científicas apontam que os obesos, caso sejam infectados com o novo coronavírus, aumentam o risco de morte em 48% em comparação com pessoas que não estão acima do peso. As mesmas pesquisas sugerem que ter o Índice de Massa Corporal (IMC) superior a 30 eleva em mais de 110% a probabilidade de ser hospitalizado em caso de infecção pelo vírus. Desse total, quase 75% podem necessitar de internamento nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs).
Dados da obesidade são preocupantes no Brasil
Adotar hábitos saudáveis evita o excesso de peso e as doenças que surgem a partir da obesidade. De acordo com a Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito (Vigitel), realizada em 2019, 55,4% da população brasileira adulta apresenta peso em excesso e 20,3% está de fato obesa. Ainda segundo o mesmo estudo, 7,4% da população adulta têm diabetes e 24,5% possuem hipertensão.
Outro dado alarmante, divulgado por meio da Pesquisa Nacional de Saúde 2019, feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revela que entre 2003 e 2019 passou de 12,2% para 26,8% a proporção de obesos entre a população com 20 anos de idade ou mais. Entre as mulheres a obesidade subiu de 14,5% para 30,2% e entre homens passou de 9,6% para 22,8%.
Os números indicam que em 2019 uma em cada quatro pessoas de 18 anos de idade ou mais no Brasil estava obesa, o equivalente a mais de 40 milhões de pessoas.
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