Paternidade e maternidade são sempre acompanhadas de diversas emoções. Lidar com as fases do nascimento, infância, adolescência e depois a fase adulta requer equilíbrio e compreensão. Do outro e de si mesmo. É comum, durante a adolescência, os filhos ouvirem os pais saudosos de quando eram crianças ou, enquanto crianças, os pais falarem que a fase de bebê passou rápido demais. Mas durante a fase adulta, ao perceberem o filho sair de casa para viver a sua vida com autonomia e mais independência, acontece nos pais uma mudança que deveria ser encarada com a mesma naturalidade que as outras, mas muitas vezes desencadeia uma emoção forte demais e difícil de ser superada: a Síndrome do Ninho Vazio.
Leia também – Inteligência emocional ajuda a conquistar as metas e objetivos de 2023
A dor e as emoções que muitos pais sentem nesse momento já é bem conhecida, mas esse sentimento também pode acontecer em outras fases da vida e com outras pessoas do núcleo familiar. Avós, cuidadores e até mesmo os filhos podem ter sintomas similares. Acontece quando a rotina da pessoa é muito ligada àquele membro que saiu e que se vê tendo que modificar e alterar o seu cotidiano.
O médico cooperado da Unimed Curitiba especialista em psiquiatria, Gustavo Sehnen diz que esse momento em que dinâmica familiar é modificada quando algum membro da família (geralmente os filhos) deixa a casa – o ninho – pode gerar sentimentos como solidão, angústia e tristeza. “A síndrome do ninho vazio se manifesta quando a pessoa vive em função do outro perdendo, dessa forma, a sua própria individualidade. Avós, cuidadores e outros familiares que dedicavam boa parte do seu dia a alguém que agora não faz mais parte daquele núcleo também podem ter a síndrome do ninho vazio. É uma fase de readaptação”, afirma.
Segundo o especialista, esses sentimentos fazem parte da adaptação para uma nova fase de vida, mas, se perdurarem, podem afetar a qualidade de vida da pessoa. Por ser uma síndrome, apresenta um conjunto de sintomas que podem oscilar entre ansiedade, depressão, alteração do sono, angústia, palpitações, alteração do apetite, oscilações de humor, crises de choro, preocupação exagerada, entre outros.
Ao observar esses sintomas, amigos ou outros familiares precisam estar atentos. “Trata-se de uma experiência de luto em vida. É a perda de uma função”, complementa a psicóloga do Setor de Promoção à Saúde Unimed Curitiba, Carina Pacheco.
Assista, na íntegra, o vídeo sobre esse assunto.
Quando pedir ajuda e o que fazer para evitar a síndrome
Para a psicóloga, o principal sinal de alerta é o aspecto comportamental. Se as atividades que antes davam prazer passam a não fazer mais sentido e a pessoa deixa de executá-las, é recomendado buscar ajuda.
O planejamento do tratamento é traçado de acordo com cada caso. Para evitar o desenvolvimento da síndrome, é preciso prevenir. “Quando se dedica muito tempo ao outro, não vivemos a nossa vida. E isso nos adoece”, afirma Sehnen. Para ele, a prevenção para que a síndrome não ocorra é não deixar a individualidade de lado. “Cuidar do outro é um ato de amor, mas a pessoa precisa manter a sua rede de amizades, hobby, lazer e outras atividades que ajudem a manter essa individualidade para que ela sinta menos os reflexos do ninho vazio quando acontecer”, finaliza.
*Informações Assessoria de Imprensa
Acompanhe as notícias de Saúde & Bem Estar clicando aqui