
A imunoterapia melhorou o prognóstico de paciente com doença metastática, principalmente nos canceres de pulmão de células não-pequenas (CPCNP). Porém, alguns pacientes já se apresentam com doença resistente, e outros ainda desenvolvem resistência durante o curso do tratamento. Isto levou a combinação de estratégias de tratamento para se tentar burlar essas resistências e melhorar a taxa de resposta dos pacientes.
A combinação de Radioterapia Ablativa Estereotáxica (SABR) com imunoterapia tem despertado particular interesse, pois além de induzir a uma resposta imune mais robusta e efetiva, possui um perfil de efeitos colaterais bem tolerado. Essa estratégia é muito interessante para pacientes com oligoprogressão de doença, pois possibilita a continuação da imunoterapia já em uso, postergando o emprego de novas terapias sistêmicas.
O presente estudo visa aferir o benefício da combinação de SABR e imunoterapia (I-SABR) em pacientes metastáticos com CPNPC e melanoma que apresentaram oligoprogressão no curso de anti-PD-1/L-1 (pembrolizumabe ou nivolumabe) isolado.
Estudo tipo coorte prospectiva que se deu em cinco centros da Espanha, com objetivo primário de avaliar a resposta efetiva (resposta completa [CR] e resposta parcial [PR]) até o término do seguimento. Foram avaliados 50 pacientes (>18 anos), sendo 31 com CPNPC e 19 com melanoma.64% eram polimetastáticos (>5 lesões), e a maioria com bom estado clínico (ECOG 0 e 1, 92%). Tratamento sistêmico ou radioterapia prévios eram permitidos. 62% dos pacientes receberam SABR em apenas um local, sendo a dose mais utilizada 35Gy em 5 frações (78%), com intervalo mínimo de 36h. Os principais sítios irradiados foram linfonodos, pulmão e ossos, respectivamente. Para o planejamento foi utilizado o sistema de arco volumétrico, e a imunoterapia (pembrolizumabe ou nivolumabe) foi administrada de maneira concomitante. Diminuição da dose prescrita era permitida em…