Curitiba entra de novo na bandeira vermelha: grave estágio da pandemia

O grave estágio da pandemia de Covid-19 fez com que a prefeitura de Curitiba adotasse a bandeira vermelha, o nível mais alto de restrição na cidade. Ou seja, Curitiba entra de novo na bandeira vermelha, a partir deste sábado (29 de maio). As medidas valem até o dia 9 de junho. A primeira vez que a capital paranaense entrou na bandeira vermelha foi 13 de março.

Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, as medidas previstas no decreto têm o objetivo de diminuir a circulação de pessoas na cidade e, assim, diminuir a disseminação do vírus entre a população. Curitiba tem hoje cerca de 10 mil pessoal com vírus ativo.

Leia também – Fiocruz alerta para tendência de agravamento na pandemia

Leia também – Alta ocupação, inverno e nova variante exigirão maior colaboração da população contra a Covid

O cálculo do índice que define o sistema de bandeiras atingiu o maior patamar desde o início da pandemia, fechando em 2,85 – o mesmo valor registrado em 15 de março deste ano. Conforme a secretaria, o indicador demonstra a iminência da quarta onda da doença no município – com indícios de que esta fase será a mais grave da pandemia até agora. “O crescimento da curva está começando em cima de uma base já elevada de ocupação de leitos”, explica o epidemiologista da Secretaria Municipal da Saúde de Curitiba, Diego Spinoza. “Não houve tempo de respiro entre a última onda e agora. Então, a tendência é que enfrentaremos ainda mais pressão no sistema”, classifica.

O sistema de bandeiras leva em consideração o número de novos casos, casos ativos e a capacidade de atendimento de saúde público e privado no município, entre outros fatores.

A secretaria informou que a positividade dos exames que detectam o coronavírus já está em 33,4%, indicador próximo ao encontrado no início da última onda em março, 38,3%. Curitiba conta atualmente com quase 10 mil casos ativos da doença e o “R” está em 1,10, o que significa que a cada 100 pessoas com Covid-19, a doença é transmitida para outras 110, trazendo expansão da pandemia. Para contenção da doença o R precisa ficar abaixo de 1. A taxa de ocupação dos 539 leitos de UTI exclusivos SUS Covid-19 já bate 106%, mesmo com mais 14 leitos novos abertos na última quarta-feira (27), e os 726 leitos de enfermaria já contam com uma ocupação de 99%.

De acordo com a secretaria, os indicadores diários também mostram forte evolução. O número de casos ativos da doença subiu 32%, passando para 9.952 portadores do coronavírus na capital, em 26 de abril, comparado a 14 dias antes. A média móvel de óbitos em 7 dias cresceu 4,3% no mesmo período, para 24 diários; enquanto a média de novos casos foi para 896 por dia, um aumento de 29,6%.

Leia também – Covid-19: grave cenário em breve se a curva de contaminação não diminuir

Restrições

Todas atividades permitidas devem respeitar os protocolos de prevenção à Covid, com uso de máscara, distanciamento mínimo de 1,5 metro e uso de álcool em gel. A circulação de pessoas nas ruas fica restrita entre as 21h e as 5h. Estabelecimentos em que será possível o atendimento presencial deve restringir o acesso a uma pessoa por família, evitando aglomerações. Também devem funcionar com um máximo de 50% de ocupação de sua capacidade.

Atividades comerciais não essenciais e lojas de material de construção podem funcionar apenas com atendimento no sistema de entrega (delivery) e drive thru; shopping centers, galerias e centros comerciais, além das lojas de plantas, na modalidade delivery; restaurantes e lanchonetes de rua, com delivery, drive-thru e retirada em balcão.

Supermercados, mercearias, distribuidoras de bebidas, açougue, feiras livres, podem funcionar com atendimento presencial de segunda à sábado, das 7 às 20 horas. No domingo, apenas com delivery. A comercialização de alimentos de lojas de shoppings ou galerias podem operar todos os dias da semana, mas apenas por meio de delivery.

O decreto destaca que os estabelecimentos autorizados a funcionar devem adequar o expediente de seus funcionários ao horário de funcionamento e priorizar o trabalho remoto, a fim de reduzir a circulação de pessoas no transporte coletivo. Os ônibus devem circular com até 50% de sua capacidade de passageiros.

Clique aqui para saber mais sobre as medidas.

Adequação rede de atendimento

Além de restrições, a Secretaria Municipal da Saúde fez ajustes na rede de atendimento, a fim de reforçar o combate à pandemia. Até segunda-feira, todas as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) da cidade passam a fazer internamento de casos de Covid-19.

* Com informações da SMS

Leia também – Estudo mostra sequelas da Covid-19 mesmo em pacientes sem comorbidades

Leia também – Trombose pode se manifestar durante e após a infecção do Sars-CoV-2

Leia também – Sequelas da Covid-19: a vida não voltou ao normal após a alta hospitalar