A palavra imunidade nunca foi tão usada quanto nos últimos tempos. Em virtude da pandemia, a velha conhecida dos ambientes ligados à saúde como hospitais, consultórios, postos de atendimento e laboratórios, ganhou destaque no cotidiano das pessoas. Um espirro? Uma infecção? Pode ser baixa imunidade. Tempo frio e chuvoso? Hora de reforçar a imunidade! Mas como saber se a imunidade está boa? E o que fazer para mantê-la forte?
Responsável pela proteção do organismo contra infecções ou doenças, o sistema imunológico é uma ferramenta de defesa formada pela imunidade inata ou natural, que já vem desde o nascimento, e a imunidade adaptativa, adquirida com vacinas e com contato com microrganismos ao longo da vida. Funciona como um exército em campo de batalha: células e outros elementos de tamanhos e formatos diversos identificam a ameaça, atacam e se comunicam para buscar reforço quando necessário. Essa guerra é travada quando um parasita, vírus, bactéria ou fungo tenta se aproximar do organismo.
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O que é baixa imunidade?
Em geral, o organismo da maioria das pessoas funciona bem frente ao “inimigo”. No entanto, sono irregular, má alimentação, situações de estresse e consumo excessivo de álcool e tabaco são alguns fatores que podem deixar o indivíduo suscetível.
Os alertas de que a imunidade pode estar baixa são cansaço e sonolência excessivos, persistência de sintomas respiratórios, digestivos ou de pele ou até mesmo infecções recorrentes e oportunistas. Se você tem qualquer um desses sintomas, é preciso procurar um médico imunologista ou infectologista. Ele é o responsável por avaliar seu quadro clínico e solicitar exames laboratoriais para indicar o tratamento mais adequado.
O que os exames mostram quando há baixa imunidade
Os exames de sangue auxiliam no diagnóstico de doenças e infecções que atacam nosso corpo frente à queda imunológica e os índices variam conforme a idade e a condição do paciente. De acordo com a médica cooperada da Unimed Curitiba especialista em imunologia, Maria Ofélia Fatuch, os resultados de um hemograma completo são os primeiros passos da investigação. Se os resultados trouxerem, por exemplo, quantidades muito altas ou muito baixas de glóbulos brancos (leucócitos), é sinal de que essas células estão em combate contra alguma ameaça.
A bacterioscopia é uma técnica rápida e simples para diagnóstico de infecções ocasionadas por bactéria e que precisam de antibiótico, como amigdalite, lesões de pele, infecções do trato urinário ou sexualmente transmissíveis.
Outro importante elemento de defesa são os anticorpos (imunoglobinas). Produzidos pelos linfócitos B e ativados mediante ao bom funcionamento do linfócito T, são cinco tipos diferentes de anticorpos que o corpo humano produz: IgM, IgD, IgA, igG e IgE – Ig é de imunoglobina. Dois deles merecem destaque: IgM e IgG. Ao apresentar infecção viral, por exemplo, o organismo produz os anticorpos IgM e IgG simultaneamente. Porém, o IgM é ativado mais rapidamente e negativa logo no início da infecção. O IgG persiste e é acusado nos resultados mostrando imunidade em relação às doenças. No caso da COVID-19, percebeu-se que o IgG negativa ao longo do tempo e não fornece imunidade vitalícia – sendo necessário, portanto, a vacinação.
De acordo com o médico cooperado da Unimed Curitiba especialista em endocrinologia e diretor da Unimed Laboratório, Mauro Scharf, exames como hemograma, sorologias diversas, análise das imunoglobulinas e contagens de subpopulações de leucócitos são comumente pedidos pelos imunologistas, infectologistas e especialistas para avaliar o estado imunológico do paciente. “Mas somente uma análise clínica completa, anamnese e exame físico são capazes de definir quais os exames necessários”, alerta o médico.
O papel das vacinas
O objetivo das vacinas é ativar o sistema imunológico para proteger o organismo contra diversas doenças. É uma forma simples, segura e eficaz de proteção contra gripe, febre amarela, meningite, pneumonia, entre outras doenças. “Os imunizantes provocam a criação de anticorpos que ativam as defesas naturais do corpo, evitando, assim, o desgaste do organismo com a doença, principalmente em portadores de comorbidades. A vacinação é de extrema importância durante a gravidez, pois as mulheres ficam mais vulneráveis a doenças graves no período gestacional e a vacina é a forma de proteção para si e para o recém-nascido. A única maneira de evitar uma doença infecciosa é a prevenção”, afirma a especialista em imunologia, Maria Ofélia Fatuch.
Estilo de vida X Imunidade
Para estar sadio e forte, o sistema imunológico precisa de vitaminas e minerais essenciais. De acordo com a médica, se a pessoa mantiver hábitos saudáveis como prática de atividade física regular, alimentação balanceada, contato com a natureza e qualidade do sono, ela tem mais chances de o sistema imunológico estar forte e bem preparado.
Nutrientes importantes garantidores de uma boa imunidade que merecem destaque são a Vitamina D, Zinco, Selênio, Complexo B, Ferro e Vitamina C. No entanto, a especialista alerta sobre a importância do sol para que a vitamina D seja absorvida com eficácia. “Para que a absorção dessa vitamina aconteça de forma adequada, a exposição aos raios solares deve ser diária, nos horários recomendados (entre as 10h da manhã e após às 16h)”, recomenda. Outro alerta importante é para o consumo do ferro e da vitamina C, que devem ser consumidos sempre juntos. “O ferro é encontrado nas carnes vermelhas, gema de ovo, ostra, tofu, cereais, vegetais verde-escuros, como alface, espinafre e brócolis, frutas secas, oleaginosas como castanhas e nozes e grãos como a ervilha, feijão e o milho. Já a vitamina C é um potente ativador da absorção do ferro. Seus poderes ajudam a combater o estresse, evita o envelhecimento precoce das células e a propensão de doenças oftalmológicas. Frutas cítricas são bons exemplos de fontes de vitamina C”, completa.
A OMS recomenda, no mínimo, 30 minutos de atividade física leve e moderada 5 vezes por semana ou 50 minutos de exercícios intensos 3 vezes por semana. Escolha uma atividade que goste e pratique-a com regularidade. O importante é ter constância. Além da atividade física regular, abandonar maus hábitos, como ingestão de álcool, e manter um sono de qualidade exercem papel fundamental para a saúde e, consequentemente, para o fortalecimento da imunidade. Estabelecer horários fixos para deitar-se e levantar, mesmo aos finais de semana, evitar estímulos, como televisão e celular, relaxar, diminuindo o ritmo ao menos 2 horas antes de dormir, são dicas da imunologista para um sono revigorante. “Se deitar e não conseguir dormir em 15 ou 30 minutos, não insista. Procure ler em outro recinto até que a vontade de dormir reapareça. E atenção ao ronco! Ao contrário do que muitos pensam, roncar é um sinal de que você não está dormindo bem”, alerta. “Não existe fórmula mágica para melhorar o sistema imunológico. Hábitos saudáveis são sempre a melhor forma de prevenir doenças”, conclui.
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