O Vera Cruz Hospital realizou, em agosto, a primeira litotripsia intravascular por Shockwave da região de Campinas, para tratar uma lesão intensamente calcificada em uma artéria do coração. A tecnologia ultramoderna, que chegou ao Brasil há poucos meses, foi aplicada pelos cardiologistas Silvio Gioppato, Diego Antoniassi e Thomas Conforti, que fazem parte da equipe de hemodinâmica do hospital. O caso é o terceiro do interior do estado de São Paulo em que a técnica foi utilizada.
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O médico cardiologista do Vera Cruz Hospital, Silvio Gioppato, conta que o procedimento foi realizado em um homem de 71 anos internado com infarto do miocárdio, e que no cateterismo de urgência foi detectada, além do vaso responsável pelo infarto, a obstrução intensamente calcificada em outro vaso. “Primeiro, tratamos o infarto e, com o problema resolvido, realizamos a nova tecnologia num segundo procedimento estagiado para desobstruir a outra artéria. A angioplastia por balão emissor de ondas de choque, ou simplesmente Shockwave, é a técnica mais indicada nesses casos em que é preciso quebrar o acúmulo de cálcio no sistema vascular”, esclarece. O paciente já teve alta e se recupera em casa.
O Shockwave é uma ferramenta mais simples e segura, que se soma ao arsenal da cardiologia intervencionista do Vera Cruz Hospital na abordagem das lesões calcificadas. “Assim como o Ultrassom Intracoronário (USIC), a análise de reserva de fluxo fracionada (FFR), a Tomografia de Coerência Ótica (OCT) e os stents bioabsorvíveis, a novidade posiciona o hospital, mais uma vez, como pioneiro na região de Campinas e no interior de São Paulo”, pontua.
Entenda o procedimento
A angioplastia coronariana consiste em empurrar e amassar a placa de gordura contra a parede da artéria por meio da insuflação de um balão no local da placa e, assim, restabelecer o fluxo sanguíneo de vasos obstruídos sem a necessidade da cirurgia de ponte de safena.
O cardiologista explica que, no princípio, isso era feito exclusivamente por meio da insuflação de um balão levado ao local da obstrução por um longo e fino canudinho chamado cateter. “Nos dias atuais, o mesmo cateter com o balão na ponta carrega sobre ele uma estrutura metálica ultrafina que, quando aberto, lembra um bobe de cabelo e se chama Stent. Uma vez posicionado sob a placa, o balão é insuflado, promovendo a expansão do stent que, por sua vez, empurra e aprisiona a placa de gordura contra a parede do vaso, restabelecendo, assim, o seu contorno interno circular natural e, consequentemente, o fluxo normal do sangue. Contudo, nos casos em que há calcificação, esse processo não é tão simples, sendo necessário ‘amolecer’ a placa calcificada”, conclui.
Agora, o hospital conta com mais essa nova tecnologia que emite ondas de choque. “O Shockwave traz uma solução simples e eficiente para quebrar o acúmulo de cálcio no sistema vascular. Por meio de uma corrente elétrica aplicada ao conteúdo líquido do balão, um gerador externo induz a produção de ondas de choque que partem do balão contra a parede do vaso. Os tecidos moles irão amortecer os impactos como uma esponja. Já no cálcio, por ser duro, as ondas de choque produzirão a fragilização dos acúmulos calcíficos calcíferos por mecanismo de fratura. Com isso, o ateroma ficará mais maleável, permitindo uma posterior expansão simétrica do stent. E isso impacta tanto no sucesso imediato do procedimento como no resultado de longo prazo, reduzindo as taxas de reestenose (reentupimento) do stent”, detalha.
*Informações Assessoria de Imprensa