O histórico familiar é um dos importantes fatores de risco para o câncer de mama. Segundo um levantamento realizado no Brasil pelo Grupo Nature e publicado na Scientific Reports, duas em cada dez brasileiras com câncer de mama possuem herança genética familiar. Hoje, já são conhecidos alguns genes de mutação associados à doença, identificados por meio de testes genéticos. Como o câncer de mama tem fatores hereditários, é necessário redobrar a atenção.
“Sabe-se que mulheres portadoras de mutações no BRCA1 têm até 80% de chance de desenvolver câncer de mama e até 60% de desenvolver câncer de ovário em sua vida, mas existem outros genes que aumentam o risco de desenvolvimento do câncer de mama também, alguns são inclusive mais comuns no Sul do país, como a Sd de Li Fraumeni, mutação no gene TP53”, revela Priscila Morosini, cirurgiã oncológica do Hospital São Vicente Curitiba.
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Isso significa que todas as mulheres que têm histórico de câncer familiar precisam realizar um teste para descobrir se possuem um gene de mutação? Priscila Morosini explica que o teste genético é indicado somente em alguns casos mais específicos, mas o acompanhamento médico deve, sim, ser iniciado mais precocemente, como o câncer de mama tem fatores hereditários.
“Normalmente, inicia dez anos antes da idade que a familiar da paciente teve câncer ou de mama ou a partir dos 40 anos caso a familiar da paciente tenha tido câncer de mama com 50 anos ou mais”, aponta.
Contudo, cada caso é individualizado de acordo com a história familiar. Por isso, é orientado que essas mulheres já procurem um especialista ainda jovens para calcular o risco individual aproximado e definir quando o acompanhamento deverá ser realmente iniciado. “É recomendada que a primeira consulta com cirurgião oncológico especialista em Oncologia Mamária ou mastologista seja a partir dos 20, 25 anos para que seja realizado um exame físico, cálculo de risco individual e definição da melhor época para início do rastreio”, destaca a cirurgiã oncológica.
Mutação genética
O teste genético, que identifica genes de mutação associados à doença, tem recomendação somente para históricos de riscos mais elevados. “Ele é indicado para mulheres com história familiar de parente de primeiro grau antes dos 45 anos, duas ou mais familiares de primeiro grau com câncer de mama após 50 anos, história de familiar de primeiro grau com câncer de mama bilateral (independente da idade), história de familiar de primeiro grau com diagnóstico de câncer de ovário em qualquer faixa etária, história de câncer de mama em homem na família em qualquer grau de parentesco, história pessoal de câncer de mama ou lesões de mama pré-malignas e/ou mutação genética de alto risco confirmada em familiares”, revela a cirurgiã oncológica.
Mas, Priscila Morosini lembra que embora a herança genética seja um fator de risco relevante, apenas 10% dos tumores se desenvolvem por mutação genética familiar, sendo que 90% dos diagnósticos ocorrem por diversos outros fatores. “As mulheres que não têm casos de câncer de mama na família devem começar a realizar a mamografia a partir dos 40 anos de idade”, salienta a cirurgiã oncológica.
Adotar uma alimentação equilibrada, praticar exercícios físicos, não fumar, manter um peso corporal adequado e evitar o consumo excessivo de bebidas alcoólicas também é fundamental para prevenir o câncer de mama. “Mudança de hábitos de vida gerais, com atitudes mais saudáveis, sempre terão impacto direto na prevenção do câncer”, sinaliza.
* Informações da assessoria de imprensa
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