A obesidade aumenta o risco de doenças cardiovasculares. E o alerta precisa ser renovado a partir dos números da população brasileira: 20,3% dos brasileiros estão obesos. É o que aponta a pesquisa da Vigitel 2019 (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico), divulgada pelo Ministério da Saúde. Em 2006, quando a pesquisa começou, esse número era de 11,8%. Considerando o excesso de peso, 55,4% da população está nesta situação.
O alerta é reforçado no Dia Nacional de Prevenção da Obesidade, lembrado em 11 de outubro.
O médico cardiologista doutor Everton Dombeck, do Hospital Cardiológico Costantini, de Curitiba (PR), explica que a obesidade é um dos principais fatores de risco para as doenças cardiovasculares. “Nós costumamos falar sobre o tripé dos fatores que desencadeiam as doenças do coração: colesterol, pressão e glicemia. Esses são os índices que precisam estar controlados. Normalmente, quando elevados, associados a uma vida desregulada, sem dieta e exercícios físicos, a pessoa chega à obesidade”.
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Em 2020, com a pandemia do coronavírus, esses números tendem a aumentar. “Nós já estamos vendo esse crescimento no consultório. Os pacientes estão passando por mudanças bruscas nas rotinas e esse período de adaptação é muito complicado. Pessoas que antes comiam nos refeitórios das empresas, com alimentação balanceada ou que costumavam levar marmita para o trabalho, hoje, com a falta de tempo, estão comendo mais industrializados e fast-food”, conta Dombeck.
Além disso, Dombeck explica que o isolamento social e as dúvidas sobre o futuro evidenciam o estresse e a ansiedade, o que acaba estimulando a alimentação por compulsão. “Em uma rotina normal, o ideal é que a pessoa siga uma dieta equilibrada e faça exercícios físicos com frequência. Hoje, neste momento atípico, este controle ficou ainda mais difícil. As preocupações são outras, então, a última coisa que nós pensamos é na saúde física, o que não deveria acontecer”.
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Cuidados para prevenção e tratamento
A obesidade é uma doença crônica e exige constante tratamento. A melhor saída é sempre a combinação entre dieta equilibrada e exercícios físicos. O recomendado é fazer acompanhamento médico, com ajuda de nutricionistas, endocrinologistas, cardiologistas e um profissional da área de educação física para auxiliar nos exercícios.
Dombeck explica que é muito importante um acompanhamento psicológico. “Eu costumo falar que é o ‘ping-pong de autossabotagem no padrão comportamental’ que leva as pessoas a cometerem erros básicos e muito frequentes no que diz respeito à dieta, atividade física e, consequentemente, no controle dos níveis de colesterol, pressão e glicemia. Não importa a idade, grau de escolaridade, nem a classe social, o ser humano é suscetível a repetir esse comportamento durante toda a vida. Precisa de uma reeducação”.
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