Muito tem se falado sobre o impacto da pandemia e do distanciamento social na vida das pessoas. Com isso, o novo normal, o novo consumidor, o novo mundo passam a fazer parte da nova realidade. Acredito que muitas dessas previsões são verdadeiras, obviamente o período de quarentena transformará hábitos, mas é importante entendermos que muitas dessas mudanças serão internas e a longo prazo.
Quando entramos na questão da saúde, essas modificações se tornam ainda mais claras. Já houve um aumento de 226% de instalações não-orgânicas – ou seja, aquelas que tiveram investimento em publicidade e anúncios pagos – de aplicativos voltados para exercícios físicos, de acordo com estudo divulgado pela AppsFlyer. Outro dado bastante interessante é que a venda de itens para exercícios em casa, como colchonetes e cordas, cresceu quase 10 vezes, segundo o site Netshoes.
Acredito que a preocupação com a saúde se tornará algo mais profundo. Estamos vivendo uma crise de saúde pública que afeta o mundo inteiro de maneira drástica. Muitas pessoas perderam ou estão perdendo familiares e amigos, outras estão passando por momentos complicados relacionados a crises de depressão ou ansiedade, por exemplo. A questão da empatia, a preocupação com o próximo e o cuidado com a saúde mental estão se tornando debates cada vez mais comuns – ainda bem!
Saúde mental é um tema que já vinha ganhando visibilidade nos últimos tempos, mas isso vem crescendo rapidamente durante o distanciamento social. O que todos os médicos especialistas concordam é que, sem sombra de dúvidas, o primeiro passo para cuidar da saúde mental é cuidar da saúde física.
Exercícios físicos são a forma mais natural de estimular a endorfina, serotonina, dopamina e ocitocina no corpo – hormônios responsáveis pelas sensações de prazer e bem-estar, além de aliviar dores e relaxar o organismo. Quando se pratica atividades, todos esses hormônios são potencializados no corpo humano, trazendo uma sensação de prazer e motivação para superar limites e momentos difíceis.
Existem estudos que afirmam que esses hormônios são benéficos no combate de possíveis patologias, como o estresse e a ansiedade, doenças cada vez mais comuns nos dias de hoje e que ganham destaque pelo crescimento exacerbado na sociedade moderna. Por terem enorme poder na melhora do humor, aliviam, inclusive, casos de depressão.
Como afirmei no início deste artigo, a palavra novo vem sendo cada vez mais utilizada desde o início do período de distanciamento social. Mas será que, mais do que falar sobre o novo, não é a hora de começarmos a trabalhar com essa nova realidade e transformar a nossa rotina?
O que quero dizer com tudo isso é que, mesmo que você tenha sido sedentário boa parte da vida, ou que a correria do dia a dia deixasse os cuidados com a saúde em penúltimo ou até mesmo último plano, ainda é possível transformar essa realidade. Que tal aproveitar o tempo em casa para começar a praticar exercícios físicos? Existem muitas opções e isso, com certeza, transformará a sua vida, trazendo mais qualidade em todos os aspectos da sua rotina.
A crise de saúde pública que estamos vivenciando, o aumento de casos de estresse e ansiedade, a atenção com a saúde mental entre amigos, familiares e até mesmo dentro das empresas, devem ser um sinal de alerta para todos. Será que todos esses fatores, que muitas vezes eram esquecidos, não precisam ganhar mais atenção da nossa parte a partir de agora? Vamos aproveitar esse momento, olhar para dentro de nós e entender onde podemos evoluir. Assim, quando tudo isso passar – e vai passar -, estaremos prontos para sermos pessoas melhores, transformando o mundo em um lugar melhor.
Faça parte dessa mudança!
* Fabio De Lucca é gestor de expansão do YUp!, app que oferece mais de oito mil horas de exercícios para serem praticados em casa
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