Um estudo que integra o projeto Recovery, da Universidade de Oxford, na Inglaterra, mostrou que a dexametasona é capaz de reduzir mortes por Covid-19. A instituição publicou os resultados preliminares, com repercussão dos dados nesta terça-feira (16 de junho). A administração da dexametasona durante o tratamento da Covid-19 indicou redução de um terço na mortalidade de pacientes. O medicamento é um anti-inflamatório com baixo custo.
Segundo a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), isto representa o primeiro tratamento farmacológico para Covid-19 que mostrou impacto em reduzir a mortalidade. “Finalmente temos uma ‘boa nova’! Como temos insistido desde o início da pandemia de Covid-19, os estudos clínicos randomizados e com grupo de controle é que devem nortear nossa conduta de ‘como tratar a Covid-19”, traz o presidente da entidade, Clovis Arns da Cunha, em comunicado divulgado pela entidade.
O estudo faz parte da pesquisa Recovery (Randomised Evaluation of Covid-19 Therapy) e analisou os resultados de 2.104 pacientes selecionados aleatoriamente, que foram medicados com a dexametasona. Houve a comparação com um universo de 4.321 pacientes tratados de forma convencional para a Covid-19.
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O estudo randomizado com grupo controle acompanhou a administração de uma dose de 6mg de dexametasona por via oral ou por via endovenosa 1 vez dia por 10 dias. A pesquisa demonstrou redução de mortalidade (em 28 dias) de 33,3% nos pacientes com Covid-19 em ventilação mecânica, além de uma diminuição de mortalidade de 20% nos pacientes que necessitam de oxigênio, mas que não estão em ventilação mecânica, em um período de 28 dias. Conforme os resultados preliminares, não houve diferença nos pacientes que não necessitam de oxigênio.
“Conclusão prática: todo paciente com Covid-19 em ventilação mecânica e os que necessitam de oxigênio fora da UTI devem receber dexametasona via oral ou endovenosa 6mg 1x/dia por 10 dias. Medicação barata e de acesso universal. Dia histórico no tratamento da Covid-19”, classificou Clóvis Arns da Cunha, na nota da Sociedade Brasileira de Infectologia.
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