Por que o autocuidado é importante?

No dia 24 de julho, o Brasil e o mundo celebram o Dia Internacional do Autocuidado. A data, instituída pela Organização Mundial da Saúde – OMS, tem como objetivo conscientizar e engajar as pessoas na tomada de decisões em relação à própria saúde. Mas por que o autocuidado é importante? E como podemos introduzi-lo em nossa rotina?

O processo de cuidado é amplamente discutido, pois estamos inseridos dentro de uma comunidade que constantemente é pressionada para mostrar eficiência, sucesso profissional e habilidades de resiliência às adversidades do ambiente. Como resultado, a carga de estresse excessivo tem sido observada nos estudos clínicos atuais, e é possível constatar que somos a geração com maior número de diagnósticos psiquiátricos e situações de esgotamento mental da história. De acordo com a Organização Mundial da Saúde – OMS, o Brasil é o país com a maior taxa de pessoas com transtornos de ansiedade no mundo e o quinto em casos de depressão.

A médica integrativa Bianka Monalisa, do Instituto de Oncologia Integrativa OncoYart, faz um alerta: até quem cuida está sendo amplamente afetado. “Pesquisas atuais mostram que aqueles que escolheram como ato de vida o cuidar e servir, a ocorrência de diagnósticos de depressão, ansiedade e síndrome de burn out se sobrepõem os números da estatística média nacional. Médicos e enfermeiros têm 39% mais risco de desenvolver depressão e sintomas de ansiedade, 4 entre 5 pessoas que trabalham em ambiente hospitalar disseram já ter desenvolvido algum sintoma de estresse que influenciava diretamente na sua qualidade de vida”.

Cuidado de si e por que o autocuidado é importante

A arte de cuidar e curar, as terapias, os tratamentos para diminuição da dor e eliminação de doenças perpassam os mais variados discursos e sua história é bem mais antiga que qualquer tentativa epistemológica de discernir o que é ou não ciência. A inclusão da noção de ‘cuidado de si’, que remete à expressão grega epiméleia heautoú e sua tradução latina cura sui, no campo da filosofia, é historicamente descrita desde a Grécia antiga. Grandes nomes como Sócrates, Platão, Nietzsche, Hegel e Schopenhauer promoveram reflexões a cerca desta temática.

A frase ‘Conhece-te a ti mesmo’ propicia reflexão constante sobre conceito de autonomia e autocuidado e está completamente atrelada ao conceito atual de saúde pela OMS. Saúde é estado vital de completo bem-estar, físico, mental e social, vai além da ausência de doença, ou seja, Mens sana in corpore sano (mente sã em corpo são), conforme a frase consagrada pelo poeta romano Juvenal. “Mas é preciso alinhar nossas expectativas às nossas ações e extinguir a projeção de controle sobre a nossa saúde apenas por um médico ou outro profissional de saúde, nós precisamos participar ativamente do nosso processo de cuidado.

Afinal, cuidar é mais que um ato, é uma atitude. Segundo a vertente filosófica do estoicismo, quando (re)agimos de forma serena e tranquila às adversidades, os níveis de ansiedade e estresse são reduzidos e atingimos a apatheia (ausência de sofrimento) e com isso o comportamento de autocuidado é potencializado”, ressalta Dra. Bianka Monalisa.

“Cuidar da mente é muito mais do que importante, é necessário e fundamental. É a base que nos permite viver de forma plena. Na prática, quem é mais otimista e tranquilo, tolera melhor o estresse, as pressões e as frustrações. As pessoas com a saúde da mente em dia se tornam mais resistentes e menos propensas a doenças. Aliás, quando estamos estressados, nossa memória é prejudicada, sentimos mais/menos sono do que o usual, comemos mais/menos do que o normal, nossa imunidade cai, temos dificuldade em pensar com clareza. O excesso de cortisol pode dar origem a quadros de doenças como diabetes, hipertensão arterial e depressão. O cortisol é também um dos responsáveis pelo acúmulo de gordura abdominal”, explica Dra. Bianka Monalisa.

Cinco pilares de saúde e porque o autocuidado é importante

Autoconhecimento e autocuidado são ferramentas importantíssimas para a manutenção da saúde, apoiados em uma abordagem médica mais ampla e com ferramentas adequadas, é possível estimular um gerenciamento e melhor adaptação às alterações da homeostase (condição estável em que um organismo ou objeto de estudo deve permanecer para realizar suas funções adequadamente, de forma a manter-se em equilíbrio).
O papel do médico integrativo é auxiliar no autoconhecimento e desenvolvimento do paciente apoiado ao conceito dos 5 pilares de saúde: alimentação, sono, movimento, espiritualidade, relações pessoais/interpessoais), que de maneira eficiente vão auxiliar na promoção de um melhor manejo do estresse, equilíbrio do eixo neuropsicoimunológico e harmonia da nossa relação mente-corpo-espírito.

* Com informações da assessoria de imprensa

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