O estudo RTOG 0534 começou em 2005 e foi finalmente publicado em 2022. Um enorme trabalho, particularmente do autor principal Dr. Allan Pollack, hoje na Universidade de Miami, USA.
O estudo foi dirigido a pacientes com câncer da próstata operados e que tiveram falha bioquímica com PSA entre 0.1 e 2.0 ng/mL. Trata-se de “salvage RT” e não RT adjuvante. Envolveu 283 centros de radioterapia, arregimentou um total de 1792 pacientes.
Como os pacientes começaram a ser tratados em 2008, os planejamentos eram 3D (não IMRT).
Partiu da premissa que “salvage RT” no leito prostático evita progressão de doença em 2/3 dos pacientes em 5 anos. O estudo pergunta se dá para melhorar esses resultados?
As perguntas, desse estudo de 3 braços, são ainda hoje bem importantes: além da RT no leito prostático, ajuda dar ao mesmo tempo 6 meses de ADT (castração química temporária)? Ajuda irradiar, além do leito prostático, os linfonodos da pelve?
A dose de RT ao leito prostático foi entre 64.8Gy-70.2Gy com dose/dia de 1.8Gy. A dose de RT aos nodos pélvicos foi de 45Gy/25 frações de 1.8Gy.
O desfecho primário (“primary end point”) é “freedom from progression” definido como: falha bioquímica (Phoenix), e/ou recidiva clínica (metástases, etc..), e/ou morte por qualquer razão.
Com seguimento mediano de 8.2 anos entre os pacientes vivos, a toxicidade após 3 meses (tardia) foi basicamente semelhante nos 3 grupos. E o controle tumoral?
Na minha opinião, as duas curvas mais importantes são: Figura 2A (mostra que o primary end point, freedom from progression, foi melhor com ADT e com RT na pelve) e Figura 2D (sobrevida global) (sem nenhuma diferença entre os 3 braços). Dr Pollack, sempre bem favorável à ADT, conclui que é melhor fazer tudo (grupo 3). Será? (sendo a sobrevida global igual!).
Em termos de RT, pelo menos no Canada, a tendência é para hipofracionamento.
Em relação à ADT, para quem, como eu, prefere Sobrevida…