O câncer de pulmão com recidiva em locais previamente tratados com radioterapia representa um grande desafio clínico, especialmente em pacientes que não são candidatos à cirurgia. Nesse contexto, a reirradição com radioterapia estereotáxica ablativa (SABR) tem se destacado como uma possível alternativa de tratamento.
Uma revisão sistemática e meta-análise publicada recentemente no Green Journal avaliou a segurança e a eficácia dessa abordagem terapêutica em pacientes com recidiva local dentro da área previamente tratada com SABR.
Essa meta-análise avaliou 12 estudos com 197 pacientes adultos, os quais foram reirradiados com SABR após recorrência do tumor no mesmo volume-alvo inicial (PTV). Os principais desfechos avaliados foram o controle local (LC), a sobrevida global (OS) e os efeitos adversos do tratamento.
Com relação ao controle local, após 1 ano foi de 78,2% e após 2 anos: 68,0%. Os pacientes que receberam uma dose biológica efetiva (BED) cumulativa igual ou superior a 200Gy tiveram melhores taxas de controle de doença (84,9%).
A Sobrevida Global mediana foi de 26,3 meses. Além disso foi observada uma tendência de melhor sobrevida com doses maiores de BED, embora sem significância estatística.
Os fatores que favoreceram melhores resultados foram, tumores pequenos (<2 cm), intervalo maior que 12 meses entre os dois tratamentos e o BED ≥200Gy somando os dois tratamentos.
Os eventos adversos graves (grau 3 ou superior) foram raros (apenas 0,1%), a pneumonite ≥ grau 2 ocorreu em 6,4% dos pacientes e os casos fatais (grau 5) foram registrados apenas em pacientes com tumores centrais.
Conclusão: A reirradiação com SABR se mostrou uma opção segura e eficaz nas recidivas locais do câncer de pulmão previamente tratado com SABR, principalmente nas lesões periféricas e em pacientes cuidadosamente selecionados. A combinação de doses elevadas (BED ≥200Gy) e intervalos maiores entre os tratamentos foi…