O artigo propõe melhorar o acesso ao tratamento radioterápico de pacientes com câncer de próstata no Sistema Único de Saúde. Dados coletados de indivíduos submetidos à radioterapia em dois centros brasileiros situados em Porto Alegre/RS foram usados para analisar o sistema atual e mensurar os prazos de tratamento. Registros do software ARIAforam utilizados para análise das atividades intra-hospitalares. Estimado o intervalo entre as etapas do percurso assistencial, os pacientes foram entrevistados prospectivamente e retrospectivamente.
A metodologia envolveu workshops de design thinking com equipes multidisciplinares, incluindo médicos e engenheiros, para mapear caminhos de atendimento ao paciente, identificar gargalos e elaborar estratégias de melhoria, que abrangem ações de curto e longo prazo.
As principais conclusões evidenciam atrasos significativos no início do tratamento dos 47 pacientes analisados, com um intervalo médio de 349 dias desde o diagnóstico até ao início da radioterapia e 635 dias desde a procura de cuidados médicos até ao início do tratamento.
O estudo recomenda 12 estratégias que impactam os processos intra-hospitalares e 11 que afetam os caminhos de atendimento ao paciente para agilizar o acesso à radioterapia. Dentre elas, destacam-se: diagnóstico rápido, enfermeira navegadora, brevidade em exames de estadiamento, integração de dados entre centros de saúde, criação de um aplicativo de cuidado, elaboração de um sistema de manejo do tratamento expandido com indicadores e registros, além da revisão interna dos processos – objetivos e tempos. Para apoiar estas recomendações, foi desenvolvida uma ferramenta de avaliação de custos utilizando o Time-Driven Activity Based Costing (TDABC), que ajuda a estimar os gastos associados aos caminhos e atividades de cuidados na radioterapia, permitindo o seu monitoramento e análise eficaz.
O estudo integra de forma inovadora técnicas de…
