A reirradiacao de Glioblastoma é praticada há décadas. Demonstrou potenciais benefícios clínicos, mas faltam diretrizes padronizadas que integrem os avanços tecnológicos, novas modalidades de diagnostico por imagem e terapias sistêmicas.
Este artigo é uma Revisão Sistemática que fornece recomendações baseadas em evidências e consenso de especialistas.
Nove perguntas-chave foram formuladas por um painel Multidisciplinar (radioterapeutas, radiologistas, oncologistas e físicos médicos. Foram obtidas 18 recomendações e 9 declarações de consenso.
Principais recomendações:
1) Seleção de pacientes: pode ser considerada para pacientes com bom status funcional (KPS > 70), intervalo >6 meses após radioterapia inicial e volumes tumorais < 6cm.
2) Avaliação da recorrência: Ressonância magnética (RNM) ponderada em T1 com contraste e RNM T2 Flair são essenciais. As técnicas de perfusão por RNM e PET de aminoácidos tem acurácia de 85-90% para diferenciar recidiva de pseusoprogressão.
3) Definição do volume alvo: GTV baseado na RNM T1 contrastada. CTV pode ser omitido ou incluir margem de 3-5mm. O PTV recomendado foi de até 3mm.
4) Dose e fracionamento: (BED10) mínima recomenadada: 36Gy em 2Gy/fx. Hipofracionamento: 35Gy/10fx, 30Gy/5-6fx e Radiocirurgia estereotáxica (SRS) para lesões < 3cm: 16-24Gy em dose única.
5) Planejamento: preferencialmente técnicas avançadas (IMRT/VMAT/SRS) a fim de minimizar dose em órgãos de risco. Avaliação de dose cumulativa em EQD2.
6) Terapia sistêmica combinada: benefício em Sobrevida livre de progressão (mediana de 4-7 meses) com bevacizumabe (NRG/RTOG 1205) ou agentes alquilantes (MGMT metilado – SG 9m x 11m com associação). Toxicidade da reirradiacao combinada é semelhante a reirradiacao isolada (grau 3 < 10% dos casos).
7) Seguimento e avaliação: RNM a cada 3 meses. Primeira RNM após 6 semanas para evitar Pseudoprogressão.
Conclusão: Reirradiação pode ser…