O estudo publicado na revista JAMA Oncology avalia a eficácia da radioterapia estereotáxica ablativa (SABR) no tratamento de tumores ginecológicos com oligometastáses (OM) e oligoprogressão (OP).
Foi um estudo retrospectivo, realizado em cinco instituições do Canadá e Estados Unidos, que incluiu 215 pacientes com 320 lesões, analisando dados coletados entre 2011 e 2020 e analisados em 2023. Idade média ao diagnóstico da lesão primária foi 59 anos e o seguimento médio após a SABR foi de 18,5 meses.
Os cânceres ginecológicos incluídos foram: endométrio, ovário, colo do útero, vulva e vagina. Observa-se uma incidência cumulativa de recorrência local de 13,7%( 1 ano ) e 18,5% ( 5 anos ), enquanto a incidência cumulativa de recorrência a distância foi de 48,5%( 1 ano) e 73,1%( 5 anos ). A Sobrevida global (SG) foi de 75,7% e 33,1% em 1 e 5 anos, respectivamente. A mediana da sobrevida livre de quimioterapia foi de 21,7 meses. A análise multivariável indicou que a recorrência local está associada de forma significativa à metástases nodais, tamanho da lesão, dose biologicamente efetiva, indicação de tratamento, instituição e tipo de doença primária. Sobrevida livre de progressão a distância foi associada a alvos nodais e tamanho da lesão. SG e a sobrevida livre de quimioterapia foram significativamente relacionadas ao tamanho do tumor. O estudo conclui que SABR demonstra um excelente controle local com efeitos tóxicos mínimos e pode permitir um controle a distância significativo, assim como SG.
Além disso, pode ser possível adiar o tempo de início de quimioterapia em subtipos histológicos selecionados, reduzindo os efeitos tóxicos associados a esse tratamento. Ensaios clínicos prospectivos e multicêntricos são necessários para estabelecer quais características tumorais possuem maior benefício do uso de SABR e definir o momento ideal para implementa – lá com outros tratamentos…