O advento da imunoterapia com inibidores de checkpoint (ICI) transformou o tratamento do câncer de pulmão não pequenas células (NSCLC), especialmente no cenário metastático, com resultados promissores na resposta objetiva e no tempo de duração de resposta. No entanto, a taxa de resposta global com estas drogas é de aproximadamente 20%. A radioterapia (RT) de alta dose foi proposta como uma maneira de melhorar a resposta ao ICI, abordando tumores macroscópicos e potencialmente promovendo efeito sistêmico (efeito abscopal), o que poderia beneficiar focos tumorais fora do campo irradiado.
Este é um estudo de fase 2, não randomizado e de braço único, que avaliou a eficácia da adição de radioterapia com doses ablativas (SBRT) à imunoterapia com inibidores de checkpoint em pacientes com câncer de pulmão não pequenas células metastático. Foram incluídos 45 pacientes que já estavam recebendo anti-PD1 ou anti-PDL1 por pelo menos quatro semanas. A intervenção consistiu na realização de SBRT em uma a quatro lesões metastáticas extracranianas, mantendo a imunoterapia até a progressão da doença ou toxicidade inaceitável. O principal objetivo foi avaliar a taxa de sobrevida livre de progressão em 24 semanas, em comparação a um controle histórico de 35%. A dose da radioterapia variou de acordo com o tamanho do tumor e constraints. Os esquemas permitidos incluíram 50 Gy em 5 frações, 27 Gy em 3 frações, 50 Gy em 10 frações ou 40 Gy em 10 frações.
Nos resultados, 44 pacientes foram avaliados, com idade mediana de 71 anos. A maioria das lesões eram pulmonares (54%), seguido de linfonodos (31%) e ossos (7%). O estudo atingiu seu objetivo primário, com uma taxa de sobrevida livre de progressão em 24 semanas de 60% (IC 95%: 44%-75%), significativamente superior ao controle histórico (p < 0,001). A sobrevida global mediana foi de 27,4 meses (IC 95%: 20,4 – não alcançado). Durante o acompanhamento, 36 pacientes…