Pembrolizumabe mais quimiorradioterapia concomitante versus placebo mais quimiorradioterapia concomitante em pacientes com carcinoma espinocelular localmente avançado de cabeça e pescoço (keynote-412): um estudo randomizado, duplo-cego, de fase 3


O carcinoma espinocelular de cabeça e pescoço localmente avançado geralmente recorre após tratamento padrão com quimiorradioterapia (QRT) ou cirurgia seguida de radioterapia.  O pembrolizumabe (anti-PD-1) é validado como monoterapia e em combinação com quimioterapia para o tratamento de CEC de cabeça e pescoço recorrente, irressecável ou metastático. Nesse contexto, o ensaio clínico KEYNOTE-412, randomizado, fase 3, avaliou a adição de pembrolizumabe à QRT em 804 pacientes de 130 instituições com CEC de cabeça e pescoço localmente avançado, recém-diagnosticado e não ressecado, com HPV (-), estágio III-IV ou Orofaringe HPV (+) T3+ ou N2a+. Os pacientes foram randomizados para receber pembrolizumabe ou placebo mais QRT, seguido de manutenção com pembrolizumabe ou placebo.  A radioterapia foi realizada, em sua maioria, com fracionamento convencional, até 70 Gy (35 x 2Gy) e o pembrolizumabe ou placebo foram administrados a cada 3 semanas por um total de 17 ciclos (1 antes da QRT, 2 durante a QRT e 14 ciclos adjuvantes). O desfecho primário foi sobrevida livre de eventos, analisado em todos os participantes randomizados. Após um acompanhamento médio de 47,7 meses, o pembrolizumabe administrado imediatamente antes, durante e após a quimiorradioterapia não melhorou significativamente o desfecho primário em comparação com QRT isolada. O perfil de segurança do pembrolizumabe foi controlável e não foi identificado nenhum efeito adverso atípico que requeresse investigação adicional. Os autores ainda mencionam que não está claro o porquê a adição de pembrolizumabe no contexto acima não melhorou a eficácia do tratamento, levantando algumas hipóteses, entre elas a expressão de PD-L1 e o status HPV. Assim, são necessários mais estudos para determinar quais fatores podem auxiliar na personalização do tratamento e na melhoraria dos resultados.

Dra. Laís Lima Almeida
Médica Radio-oncologista do Hospital São…



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