A radioterapia estereotática fracionada corpórea (SBRT) vem sendo utilizada para neoplasias oligometastáticas e oligoprogressivas em diversas histologias com interessantes resultados, conforme os trials fase II SABR-COMET, NRG-BR002, RTOG 0915, porém não específicos para próstata. Mais recentemente foram apresentados alguns estudos fase II (ORIOLE, STOMP, GETUG P07 e EXTEND) que analisaram especificamente o impacto do SBRT, associado ou não a hormonioterapia, variável de acordo com número de metástases, lesões ósseas ou linfonodais. Contudo um estudo muito aguardado era o PEACE V (STORM) que comparou SBRT dirigida a oligometástases linfonodais versus irradiação eletiva da pelve.
O desenho do estudo PEACE V, fase II de superioridade em 126 pacientes com oligometástases linfonodais (<5, sendo 1 linfonodo em 58%, 2 em 26% e 3-5 em 15%) identificados por PET-CT PSMA (83% PSMA e 17% Colina) e aleatorizados em razão 1:1 para SBRT 3 X 10Gy (97 pctes.) ou irradiação pélvica eletiva (WPRT) com 25 X 1,8Gy (93 pctes.; permitia boost concomitante de 65Gy em 25 frações), ambos com hormonioterapia por 06 meses.
O desfecho primário era sobrevida livre de metástases e o secundário, toxicidade tardia > grau 2 CTCAE v. 4.0 gastrointestinal e genitourinária nos 24 meses do tratamento. Em sua primeira apresentação não houve diferença na toxicidade gastrointestinal grau > 2 entre os dois grupos, sendo 5,3% para SBRT e 6,6% para WPRT, p=0,94. Os piores valores de toxicidade foram grau 2 de 19% versus 21% e grau 3 3,2% versus 5,5%, respectivamente. Também para a toxicidade gastrointestinal não houve diferença significativa para os 24 primeiros meses.
Na atualização apresentada na ESTRO 2024 houve debate provocado entre irradiação focal ou estendida em oligometástases, considerando as diferentes doses empregadas, o uso de hormonioterapia por 06 meses, que pode interferir nos resultados de controle em 24 meses e a sensibilidade do…