Pacientes com câncer de mama localmente avançado (LABC) geralmente passam por exames de estadiamento na apresentação. Uma vez descartada a presença de metástases, o tratamento combinado com finalidade curativa consiste em quimioterapia neoadjuvante, cirurgia e radioterapia. Conforme estudos não controlados, o PET-CT com FDG pode detectar mais metástases à distância assintomáticas do que os métodos convencionais.
Este é o primeiro estudo randomizado, prospectivo e controlado que avalia essa questão. Conduzido em seis centros regionais de câncer em Ontário, onde pacientes com carcinoma ductal invasivo de mama e estágio TNM III ou IIb (T3N0, mas não T2N1) foram aleatoriamente randomizadas para estadiamento convencional (EC) com cintilografia óssea, tomografia computadorizada do tórax, abdômen e pelve ou estadiamento com PET-CT.
Entre dezembro/2016 e abril/2022, 185 pacientes foram submetidas ao EC e 184 para estadiamento com PET-CT. Entre as pacientes submetidas a PET-CT, 23% (n=43) migraram para o estádio IV, em comparação a 11% (n = 21) das pacientes submetidas ao EC (diferença absoluta, 12%; p=,002). A mudança no estadiamento resultou em alteração do tratamento em 81,3% das pacientes que migraram para o estádio IV do grupo PET-CT (35 de 43 pacientes) e em 95,2% do grupo EC (20 de 21). No grupo PET-CT, 149 pacientes (81%) foram submetidas ao tratamento combinado curativo versus de 165 (89,2%) no grupo EC.
O estudo conclui que em pacientes com LABC há benefício do estadiamento com PET-CT ao aprimorar a detecção de metástases à distância em relação ao EC, resultando em mudança no manejo clínico e em tratamentos menos agressivos que o tratamento combinado curativo para as pacientes que migram para o estádio clínico IV.
DOI: https://doi.org/10.1200/JCO.23.00249
Dra. Silmara Regina Segala Gouveia
Responsável Técnica, Medicina Nuclear, Laboratório Richet, RJ.
Dra. Julise Arpini Balvedi
Radio-oncologista,…