Trata-se de um artigo retrospectivo e pequeno, além de uni-institucional. Contudo, chama-se a atenção para o que os pesquisadores encontraram ao analisar 41 pacientes submetidas à mastectomia radical modificada ou total, seguida de reconstrução mamária imediata ou tardia (tanto com retalhos autólogos quanto com implantes), em um período compreendido entre 2014 e 2020.
É fato que mais de 30% das pacientes que recebem radioterapia após a mastectomia no cenário de reconstrução mamária irão sofrer complicações das reconstruções. Os autores buscaram avaliar se haviam ou não fatores clínicos e dosimétricos possivelmente associados a esses riscos de complicação da reconstrução.
Todas foram irradiadas com técnicas de planejamento field-in-field, ou VMAT. A maioria recebeu fracionamentos convencionais (50Gy em 5 semanas).
Foram definidas como complicações: a falha do retalho ou implante, taxa de necrose, contratura capsular, celulite/infecção, ruptura, mal posicionamento, segunda cirurgia não planejada, e hematoma/seroma.
Resultados:
A amostra populacional envolveu pacientes predominantemente com 40-60 anos (68%); tumores T1 (39%), T2 (27%) e T3 (20%); N1 (49%) e N2 (20%). Noventa por cento recebeu quimioterapia. A proporção de tabagistas foi de 29%.
As cirurgias realizadas foram: mastectomia radical (44%) e mastectomia total (56%). Setenta e seis por cento fez reconstrução imediata. O uso de implantes ocorreu em 71% (29% com retalhos).
As taxas de complicação foram as seguintes: 21% contratura capsular, 7% necrose de retalhos, 10% infecção/celulite, 2% hematoma, 3% ruptura do implante. O acumulado de complicações foi de 29%. O tempo mediano para as complicações foi de 8 meses. As taxas de complicações de acordo com o timing da reconstrução foram: 32% (imediata) versus 20% (tardia). No seguimento das pacientes, não houve nenhuma falha local.
As variáveis significativamente relacionadas com complicações…