A complicação tardia mais frequente da radioterapia em metástases cerebrais é a radionecrose, que ocorre no período de 6 meses a alguns anos após o tratamento e a incidência pode chegar a 38%. Os fatores de risco relacionados são o tamanho da lesão e a reirradiação. Segundo estudos retrospectivos e séries de casos, a imunoterapia poderia aumentar esse risco.
O estudo analisou 549 metástases em 179 pacientes com carcinoma de pulmão não pequenas células (CPNPC), melanoma ou câncer renal que receberam imunoterapia (IT) e radiocirurgia (SRS) ou radioterapia estereotática fracionada (SRT), durante o período de 2013 a 2021.
A mediana foi de 2 metástases por pessoa, idade de 66 anos e a maioria dos pacientes eram portadores de CPNPC. Quanto à radioterapia, 492 metástases foram tratadas com SRS, a dose mais usada foi de 20 Gy em 1 fração e 57 metástases receberam 30Gy em 5 frações (SRT). A radioterapia holocraniana foi realizada em 34 pacientes, sendo 14 desses antes da SRS e 20 depois.
Com um seguimento de 14,7 meses, a falha local foi de 5,8% e a taxa de radionecrose grau 2 ou superior foi de 7% (sendo 4,4% grau 2; 2,6% grau 3 e 0% graus 4 e 5). Os fatores associados a maior falha local, na análise univariada, foram: tamanho do tumor >20 mm, radioterapia fracionada e uso da imunoterapia no período maior que 1 mês após a radioterapia. Na análise multivariada, nenhum destes fatores manteve significância. Quanto à radionecrose grau 2 ou superior, os fatores associados foram: tamanho do tumor >20mm, radioterapia em dose única e PDL1 positivo (na análise univariada) e tamanho do tumor >20mm e PDL1 >50% (na análise multivariada).
Os autores concluíram que as metástases maiores que 20mm, com expressão do PDL1 e que fizeram SRS têm maior probabilidade de desenvolver radionecrose. O uso de imunoterapia com radioterapia parece ser segura, porém existem estudos prospectivos em andamento para tentar responder qual é o…
