ASPIRE-ILD – Radioterapia estereotáxica em câncer de pulmão não-pequenas células inicial e doença pulmonar intersticial: um estudo não-randomizado


Indivíduos com doença pulmonar intersticial, principalmente do tipo fibrótica, são reconhecidos como um subgrupo de pacientes com maior risco de toxicidade à Radioterapia.

A fim de analisar os desfechos clínicos destes pacientes, foi criado o estudo ASPIRE-ILD (Assessment of Precision Irradiation in Early Non-Small Cell Lung Cancer and Interstitial Lung Disease), liderado por David Palma, do London Health Sciences Centre (Canadá) e publicado recentemente no JAMA Oncology (março, 2024).

Este estudo prospectivo incluiu pacientes com doença intersticial pulmonar fibrótica e câncer de pulmão não pequenas células, estádio inicial (T1-2 N0 M0), que tivessem recusado ou não fossem candidatos à cirurgia.

Foram 39 pacientes tratados com Radioterapia Estereotáxica Ablativa (SABR), com 50Gy em 5 frações em dias alternados, de 2019 a 2022. O objetivo primário do estudo foi sobrevida global (SG), e os objetivos secundários foram sobrevida livre de progressão (SLP), toxicidade e qualidade de vida. Os pacientes foram estratificados de acordo com o escore ILD-GAP, modelo preditor de mortalidade pela doença intersticial.

A hipótese para a amostra calculada era de uma SG em 1 ano de 70%, e o estudo teve como resultado 79% (p<0,001) e sobrevida mediana de 25 meses. A SLP mediana foi de 19 meses e o controle local em 2 anos foi de 92%.

Três pacientes (7,7%) foram a óbito (4, 4 e 13 meses após a SABR), e quatro pacientes (10%) apresentaram toxicidade grau 3.

É importante ressaltar que, para se atingir tais resultados, foi realizado um planejamento cuidadoso conforme o protocolo do estudo:

•V20 < 10% (recomendado) e <15% (obrigatório).

•1,5L de pulmão < 12,5Gy.

•Constraints de OAR deveriam ser respeitados.

Além disso, a avaliação clínica e acompanhamento regular com pneumologista foram de extrema importância.

Não houve diferença em toxicidade entre os subgrupos de gravidade da doença intersticial, mas os autores…



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