ABRAN – Associação Brasileira de Nutrologia
O impacto das amêndoas e do processamento de amêndoas na fisiologia gastrointestinal, microbiologia luminal e sintomas gastrointestinais: um estudo controlado randomizado e estudo da mastigação
A dieta é um importante fator modificável que exerce um efeito profundo na composição da microbiota intestinal. A maioria dos ensaios clínicos randomizados (ECRs) que exploram as interações dieta-microbiota se concentraram em nutrientes individuais, com fortes evidências para o impacto modulatório da fibra. A fibra é derivada de alimentos vegetais cujos diversos componentes (macronutrientes, micronutrientes, bioativos não nutrientes) podem interagir para afetar sinergicamente a microbiota intestinal, e sua matriz alimentar física pode alterar a disponibilidade de nutrientes tanto para o hospedeiro quanto para os microrganismos. Considerando os diversos papéis da microbiota intestinal na saúde humana, a identificação de alimentos integrais que afetam a microbiota intestinal é importante para informar mensagens de saúde pública e diretrizes de prática clínica. Estudos iniciais sugeriram um efeito prebiótico das amêndoas nas bifidobactérias fecais in vitro e in vivo. Posteriormente, uma revisão sistemática de ECRs de nozes relatou efeitos específicos de amêndoas, incluindo aumento da α-diversidade bacteriana e abundância relativa de várias bactérias no nível de gênero. No entanto, há uma falta de consenso entre os ECRs sobre o impacto das amêndoas nas bifidobactérias fecais, na diversidade β e na produção de fezes, provavelmente devido a limitações no desenho do estudo que afetam a avaliação da microbiota intestinal, como o uso de um cruzamento design, o que não é ideal porque os efeitos da dieta no microbioma podem persistir no curto prazo após a descontinuação da intervenção e porque os ensaios cruzados podem comprometer o cegamento ou mascaramento de intervenções alimentares. Outras limitações incluem…