estado da arte – ABRAN – Associação Brasileira de Nutrologia


A Doença Celíaca (DC) é um dos distúrbios mais comuns relacionados à alimentação, com prevalência global de cerca de 1%. É definida como uma doença sistêmica imunomediada desencadeada pela ingestão de proteínas alimentares presentes no trigo, cevada e centeio, conhecidas como glúten. Indivíduos afetados por esta doença crônica desenvolvem uma hipersensibilidade à proteína gliadina no glúten, que é mediada por células T auxiliares e autoanticorpos, como antitransglutaminase tecidual, anticorpos antiendomísio e anticorpos antigliadina. Esta hipersensibilidade parece ser geneticamente predisposta, como evidenciado pela predisposição para doença celíaca encontrada em indivíduos com HLA DQ2 e/ou DQ8. O resultado dessa complexa reação imunológica é o dano à mucosa do intestino delgado, que passa a afetar sua função de absorção de nutrientes.

Os agravos causados ​​pela DC promovem um desequilíbrio na microbiota intestinal (MI). Para reduzir esse desequilíbrio, acredita-se que a administração de prebióticos e probióticos possa ser um método promissor, que restauraria a homeostase da microbiota intestinal. Embora a patogenia da DC não esteja totalmente determinada, estudos encontraram uma relação entre o número reduzido de bactérias benéficas, como Bifidobacterium e Lactobacillus, e a presença dessa condição. Há indícios de que as alterações possam prejudicar a homeostase intestinal, uma vez que se sabe que as interações entre a flora microbiana e o hospedeiro humano desempenham um papel crítico na manutenção da saúde intestinal. No entanto, ainda não se sabe especificamente como a microbiota intestinal desempenha um papel na patogenia desta doença, e se a disbiose da microbiota seria a causa ou consequência da DC.

Devido à alteração da microbiota intestinal, a absorção de macro e micronutrientes é interrompida e isso resulta em várias manifestações relacionadas e não…



Leia Mais >